Colecção de artefactos do regime nazi descoberta na Argentina

Autoridades acreditam que as peças sejam originais, tendo encontrado fotografias com Adolf Hitler.

Fotogaleria
Um busto de Hitler foi uma das peças encontradas. LUSA/DAVID FERNANDEZ
Fotogaleria
Peças da colecção do regime nazi encontradas em Buenos Aires. LUSA/DAVID FERNANDEZ
Fotogaleria
Peças da colecção do regime nazi encontradas em Buenos Aires. LUSA/DAVID FERNANDEZ

A polícia argentina acredita ter descoberto uma das maiores colecções de peças do regime nazi, em Buenos Aires, na capital da Argentina. Os artefactos foram encontrados numa casa em Beccar, numa divisão secreta. Entre os objectos está um busto de Adolf Hitler.

“A nossa primeira investigação indica que estas são peças originais”, declarou à Associated Press, citada pelo The Guardian, a ministra da Segurança do país sul-americano, Patricia Bullrich. A responsável acrescentou que as peças estavam “acompanhadas de fotografias de Hitler com os objectos”, "mostrando que foram utilizados pelo Führer", de modo a suscitar um maior interesse comercial pelos artefactos.

De acordo com as autoridades, foram encontradas 75 peças, que incluem lupas com suásticas e um aparelho medieval utilizado para medir o tamanho do crânio. Entre os objectos descobertos estão ainda brinquedos, uma estátua de uma águia pousada em cima de uma suástica, harmónicas e ainda uma ampulheta.

Ainda não se sabe como os artefactos chegaram ao país. O responsável da polícia federal argentina, Nestor Roncaglia, confessou que “não existem precedentes de uma busca como esta". Habitualmente, diz, "as peças são roubadas ou imitações". O responsável acredita que estas sejam peças originais, sendo necessário agora “chegar ao fundo da questão”.

A investigação que culminou com a descoberta das peças teve início depois de terem sido encontradas obras de arte contrafeitas numa galeria na capital sul-americana. De acordo com a AP, citada pelo The Telegraph, as autoridades argentinas, juntamente com a Interpol, seguiram o colecionador, tendo revistado a sua casa no dia 8, após obterem um mandato judicial.

Membros da comunidade judaica na Argentina acreditam que os artefactos chegaram ao país depois da II Guerra Mundial, altura em que o país se tornou num refúgio para fugitivos nazis.

A título de exemplo, Josef Mengele, médico alemão que trabalhou no campo de extermínio de Auschwitz, refugiou-se em Buenos Aires, onde viveu por mais de uma década. Mais tarde, Mengele acabou por se refugiar no Paraguai, após Adolf Eichmann – responsável pela deportação de judeus para campos de concentração – ter sido capturado na capital pela agência de espionagem israelita Mossad. O médico, um dos principais responsáveis pelo programa de experiências pseudo-científicas com prisioneiros judeus, acabaria por morrer no Brasil.

Sugerir correcção
Comentar