Clubes da Premier League defendem permanência na UE

O "Brexit" poderá comprometer a presença de 332 jogadores no futebol do Reino Unido.

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David De Gea, o guarda-redes do Manchester United Reuters

O director-executivo da Premier League, Richard Scudamore, deu a sua opinião em relação ao referendo em que, na quinta-feira, se decidirá se o Reino Unido permanece ou não na União Europeia. Scudamore revelou que todos os clubes da liga inglesa são contra o "Brexit".

Segundo o jornal Independent, Scudamore disse que a saída da União Europeia seria “incongruente” com o objectivo de “abertura” da liga inglesa. “Seríamos, acho eu, menos respeitados pelo mundo por não querermos fazer parte de algo”, esclareceu Scudamore, que também acredita que a saída significaria uma maior dificuldade para a liga inglesa na defesa dos direitos de propriedade intelectual.

Já em Outubro do ano passado, num discurso na conferência anual do Institute of Directors, Richard Scudamore referira a importância que a permanência do Reino Unido na União Europeia tem para a economia, diz o International Business Times.

Segundo um estudo realizado pela BBC, 332 jogadores europeus que jogam actualmente na Premier League, no Championship inglês e na Premiership escocesa não cumpririam os critérios exigidos a pessoas de fora da UE, se o "Brexit" vencer. O mesmo estudo diz que “apenas 23 dos 180 jogadores da UE, que não são britânicos mas jogam actualmente no Championshiop teriam autorizações de trabalho”. Quanto à Premiership escocesa, “nenhum dos 53 jogadores da UE, que não são britânicos, se qualificaria para uma licença de trabalho, com base apenas na sua carreira internacional”.  

Em Abril, o Independent listou alguns dos futebolistas a jogar no Reino Unido que teriam de pedir licenças de trabalho: entre eles estão o guarda-redes espanhol do Manchester United David De Gea e os franceses Dimitri Payet, do West Ham United, N’Golo Kanté, do Leicester City e Francis Coquelin, do Arsenal.

Este jornal inglês publicou o regulamento para a obtenção de licença de trabalho para os futebolistas. Os que vêm de países cujas equipas estão entre o primeiro e o 10.º lugar no ranking da FIFA precisam de ter jogado em pelo menos 30% dos jogos internacionais dos últimos dois anos. Já os que são de países que estão entre o 11.º e o 20.º lugar necessitam de pelo menos 45%; 60% para os que estiverem entre o 21.º e o 30.º e, por fim, 75% no caso de países entre o 31.º e o 50.º lugar.

Apesar de os clubes terem a possibilidade de contestar se os seus jogadores não cumprirem estas regras, a Associação Inglesa de Futebol fez uma estimativa e concluiu que 33% dos futebolistas que não pertencem à UE e que entraram segundo as regras antigas não passariam segundo os novos critérios.  

Foi feito ainda um levantamento dos jogadores que podem vir a ser afectados se os britânicos optarem por sair da União Europeia. As equipas com o maior número de jogadores, nove, são o Aston Villa, Newcastle United, Stoke City, Watford e Liverpool. Seguem-se o Arsenal e o Sunderland com oito jogadores cada e o Southampton, que tem sete atletas que precisariam de vistos. Todos os 20 clubes têm actualmente futebolistas que precisariam de autorizações de trabalho.

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