Cidadania activa é fundamental para ajudar a ONU a mudar o mundo

Agradeço o encorajamento para que a ONU continue a ser um símbolo de esperança de que podemos tornar o mundo, a cada dia, mais próximo daquilo que deveria ser.

Caros cidadãos portugueses, muito obrigado pela participação nesta iniciativa de celebração dos 70 anos da Organização das Nações Unidas, que é também uma forma de reflexão sobre como é que deve actuar nos próximos 70!

Os postais enviados são exemplo claro de como pessoas dos 9 aos 90 anos, de inúmeras áreas profissionais, ou que já se reformaram da vida activa, estão interessadas em contribuir para melhorar a vida dos povos e preservar o planeta, e fizeram-no participando nesta iniciativa promovida pela secção de Portugal do Centro de Informação Regional das Nações Unidas, os CTT e o jornal PÚBLICO.

Fico muito sensibilizado com as palavras de apreciação pelo trabalho desenvolvido na promoção da paz e da segurança, dos direitos humanos e do desenvolvimento. Também agradeço o encorajamento para que a ONU continue a ser um símbolo de esperança de que podemos tornar o mundo, a cada dia, mais próximo daquilo que deveria ser.

Já passaram sete décadas desde os horrores da Segunda Guerra Mundial, que levaram à criação da organização, mas muito está por fazer, como revelam os apelos nos postais para lidar com as questões que estão na origem da fome, da pobreza, da guerra, da onda de refugiados, da destruição do meio ambiente. São, também, feitos vários apelos para reformar a própria ONU, nomeadamente o seu Conselho de Segurança, e essas sugestões devem ser levadas em conta pelos líderes dos 193 Estados-Membros.

Mas realço, especialmente, as muitas menções à protecção das crianças e à promoção de medidas para que tenham um futuro melhor. Nesse sentido, estou muito satisfeito por, no último ano do meu mandato como Secretário-geral, ter contribuído para que a comunidade internacional se prepare para implementar um novo paradigma: a Agenda 2030 – 17 objectivos de desenvolvimento sustentável, que são universais e visam construir um futuro de paz, justiça, dignidade e oportunidade para todos.

Travar as alterações climáticas – um marco histórico a 22 de Abril!

Um dos aspectos fundamentais da Agenda 2030, adoptada em Setembro passado, é a sua interligação com os esforços para travar as alterações climáticas, nomeadamente através do Acordo de Paris, que apresenta um caminho para limitar o aumento da temperatura global abaixo dos 2° C. A assinatura deste tratado tem início com uma cerimónia a 22 de Abril, simbolicamente escolhido por ser o Dia da Terra, na sede da organização, em Nova Iorque.

Assim, no decorrer do seu 70.º aniversário, a ONU está a dar passos importantes para enfrentar algumas das problemáticas mais abrangentes e que causam mais sofrimento no mundo. Outro desses passos é a organização da primeira Cimeira Humanitária Mundial, que decorrerá a 23-24 de Maio, em Istambul (Turquia), para encontrar soluções que permitam acabar com o sofrimento dos 125 milhões de homens, mulheres e crianças que necessitam de ajuda para sobreviver, dos quais 60 milhões tiveram de abandonar as suas casas.

O combate às alterações climáticas, a promoção de desenvolvimento sustentável e a prevenção de conflitos estão interligados e necessitam de acção política concertada e de cidadania activa. As mensagens nos postais enviados à ONU revelam que os cidadãos portugueses estão atentos a estes problemas, pelo que renovo o meu agradecimento pelo espírito crítico e a criatividade que puseram nesta iniciativa, que ajudarão a nortear a minha acção nos seis meses que faltam até ao próximo aniversário!

Secretário-geral da ONU

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