Chinês condenado à morte por vender mais de 150 mil documentos secretos

Canal televisivo que avançou com a notícica não adianta qual foi o país que comprou os documentos.

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Um protesto contra a visita do Presidente chinês a Washington, a 31 de Março KENZABURO FUKUHARA/AFP

A China condenou à morte um homem acusado de ter passado mais de 150 mil documentos classificados a um país estrangeiro não identificado, anunciou a televisão estatal, adiantando detalhes pouco habituais num tipo de caso que raramente é mencionado publicamente.

Huang Yu era um técnico informático de Sichuan e trabalhava para um departamento governamental que lida com segredos de Estado. Segundo a notícia da televisão, era um mau empregado e foi despedido. Foi a revolta que o levou a entrar em contacto pela Internet com “uma organização de espionagem estrangeira” e a oferecer-se para vender documentos que obteve enquanto funcionário. Os encontros deram-se no Sudeste Asiático e Hong Kong, e acabaram com a entrega de mais de 150 mil documentos que revelavam segredos sobre vários assuntos, desde a governação do Partido Comunista ao Exército e a questões financeiras, acrescenta a notícia televisiva. Quando deixou de estar empregado, começou a ficar sem documentos para entregar, e por isso recorreu à sua mulher e cunhado que também trabalhavam para departamentos governamentais que lidam com segredos de estado.

As viagens e enriquecimento súbito e inexplicável de Huang Yu levantaram suspeitas, e em 2011 foi detido e condenado à morte. A notícia não adianta quando ou se a condenação foi executada, nem onde decorreu o julgamento.

A lei sobre o segredo de Estado na China é bastante abrangente, e inclui dados como informações industriais ou datas de nascimento dos líderes do país. Para além disso, a informação pode ser classificada como secreta retroactivamente.

O Presidente Xi Jinping tem feito aumentar a repressão para combater o que considera como ameaças internas e externas. As leis de segurança que já aprovou, e quer ainda aprovar, incluindo uma lei de contra-terrorismo e um projecto de lei de ciber-segurança, deixaram alarmados vários governos ocidentais. Esta nova legislação dará mais poderes ao Governo para exercer mais censura e aumentar o controlo de certas tecnologias. Em relação às novas leis de contra-terrorismo, os seus opositores argumentam que ela pode ser interpretada de forma a incluir mesmo os dissidentes não-violentos, que passam a poder ser acusados de terroristas.

A China tem rejeitado constantemente quaisquer críticas à sua actuação em relação aos direitos humanos, garantindo que respeita o estado de direito.

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