China mostra o seu primeiro porta-aviões construído totalmente no país

Este é o segundo porta-aviões a integrar a defesa militar chinesa, numa altura em que as tensões na península coreana continuam a aumentar.

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Coberto de bandeiras vermelhas e fitas, baptizado com champanhe e ao som de "maravilhosas músicas patrióticas". Foi assim que o Governo chinês exibiu, esta quarta-feira, o seu primeiro porta-aviões construído exclusivamente no país. De acordo com agência oficial Xinhua, o porta-aviões, o segundo apresentado por Pequim, ainda não tem nome e foi “transferido da doca para as águas”, no estaleiro de Dalian, no Sul da província de Liaoning, que dá nome ao outro porta-aviões chinês.

O novo porta-aviões integrou uma demonstração do desenvolvimento da indústria de Defesa chinesa, mas só deverá estar operacional daqui a três anos, em 2020, data em que deverá estar concluída toda a instalação tecnológica e também a formação de pilotos e tripulação.

O primeiro porta-aviões adquirido pelo Governo chinês, o Liaoning, foi construído na antiga União Soviética há mais de 25 anos e comprado à Ucrânia em 1998, tendo sido restaurado e posto ao serviço da Marinha em 2012.  Apesar de integrar exercícios militares, o Liaoning é visto como um meio de treino e não de combate.

O novo porta-aviões exibido esta quarta-feira demorou cinco anos a ser construído e conta com novos equipamentos, incluindo um hangar maior para transportar mais aviões J-15 e cerca de 50 mil toneladas, detalha a agência Reuters. Tem ainda mais espaço de cobertura, disponível para helicópteros e outras aeronaves. De acordo com um jornalista da BBC, Stephen McDonell, apesar das suas dimensões e acrescidas características, o navio continua a ser “tecnologicamente inferior” aos dez porta-aviões da Marinha norte-americana.

O lançamento do navio “mostra o enorme passo que o design e construção chinesa conquistaram”, vinca a agência de notícias chinesa.

Em Março, o Governo chinês anunciou que iria aumentar a despesa com a defesa em 7% - um aumento ainda assim menos significativo do que em anos anteriores, depois de quase duas décadas em que o aumento da despesa não era inferior a dois dígitos. Em 2016, o Governo aumentou a despesa militar em 7,6%, o valor mais baixo em seis anos. No total, o orçamento militar é cerca de 1,3% do PIB anual do país, explica a Reuters.

A exibição deste navio acontece numa altura em que se intensificaram as tensões na península coreana. Os EUA já pediram a intervenção chinesa numa resposta aos testes nucleares de Pyongyang e lançamentos de mísseis. Pequim pediu calma. Esta terça-feira, um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) avisou a Coreia do Norte de que vai entrar num "ponto sem retorno" se efectuar um novo teste nuclear, face à crescente tensão com Washington. Os EUA ameaçaram lançar um ataque preventivo, em resposta a um sexto teste nuclear do regime de Kim Jong-un.

A somar-se à tensão com a Coreia do Norte estão ainda as reivindicações territoriais de Pequim no mar do Sul da China – que se estendem à quase totalidade dos 3,5 milhões de quilómetros quadrados. A disputa pelo território, que coincide com outros países da região, a maioria dos quais aliados dos EUA (como a Tailândia, Filipinas e Vietname) encontra explicação no potencial de exploração de 11 mil milhões de barris de petróleo — tanto quanto as reservas totais do México — e de 190 biliões de pés cúbicos de reservas de gás natural — superior às reservas da Nigéria, por exemplo.

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