Chefe da polícia demite-se depois de mulher ser morta por engano nos EUA

A mulher australiana — Justine Damond, de 40 anos — era professora de ioga e pretendia casar-se em breve. Foi alvejada por um agente da polícia na semana passada, depois de ter ligado para as autoridades a pedir ajuda.

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A mulher acreditava ter testemunhado uma violação e ligou para a polícia Reuters/HANDOUT

A chefe da polícia do estado norte-americano de Mineápolis, Janee Harteau, demitiu-se nesta sexta-feira depois de, na semana passada, um agente ter disparado mortalmente sobre uma mulher australiana, que se encontrava desarmada e que tinha ligado para as autoridades para pedir ajuda.

“Decidi que estou disposta a pôr-me de lado para permitir que uma nova liderança possa ver o que mais pode ser feito” para que o departamento policial “seja o melhor que consegue ser”, afirmou Harteau em comunicado, citado pela Associated Press, acrescentando ainda que estava orgulhosa do trabalho que desenvolveu ao longo dos anos que dirigiu a polícia. A mayor de Mineápolis, Betsy Hodges, afirma que se tinha mostrado favorável à demissão da agente, afirmando ter perdido confiança nela.

A vítima dos acontecimentos de 19 de Julho foi Justine Damond, uma australiana de 40 anos que vivia nos Estados Unidos. Perto da casa que partilhava com o noivo num bairro de luxo da cidade do Minnesota, ligou para a polícia para denunciar uma violação que acreditava ter testemunhado. Quando a polícia chegou, disparou, sendo que ainda não são conhecidas muitas mais informações sobre o que verdadeiramente aconteceu.

Janee Harteau disse que a morte da mulher “nunca devia ter acontecido” e que os agentes deviam ter as suas câmaras (instaladas nos uniformes) a gravar, algo que não terá acontecido. “Estas foram as acções e o julgamento de um só indivíduo”, afirmou nesta quinta-feira a chefe da polícia, aludindo à ideia de que o agente que disparou não representa todo o corpo policial.

O Departamento de Segurança Pública do Minnesota, descrito como um órgão independente da polícia de Mineápolis, está a investigar o caso. O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, considerou que se trata de uma “morte chocante” e “inexplicável”. “Como pode uma mulher que está na rua, de pijama, à procura de assistência ser morta daquela maneira?”, questionou o chefe do Governo de Camberra.

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