Carlos, "o Chacal", condenado pela terceira vez a prisão perpétua

O venezuelano, agora com 67 anos, já está a cumprir duas penas de prisão perpétua em França por ataques nas décadas de 70 e 80.

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Ilich Ramírez Sánchez, que se descreve como um “revolucionário profissional”, ficou conhecido como Carlos, “o Chacal”, quando foi encontrada entre os seus pertences um exemplar do livro O Dia do Chacal Reuters/Thierry Chiarello

O venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido por Carlos, “o Chacal”, foi condenado pela terceira vez a prisão perpétua, nesta terça-feira, pela autoria de um atentado há 42 anos.

O Tribunal Penal de Paris condenou aquele que já foi um dos criminosos mais procurados do mundo por um ataque com uma granada numa loja no centro de Paris, a 15 de Setembro de 1974, que matou duas pessoas e feriu outras 34.

O venezuelano, agora com 67 anos, já está a cumprir duas penas de prisão perpétua em França por ataques nas décadas de 70 e 80.

Na intervenção final antes de ser conhecida a decisão dos juízes, Carlos, que nega qualquer envolvimento no ataque, afirmou que o julgamento era "absurdo", afirmando que estava a ser julgado com base em falsas provas, através de "agentes intoxicados com cocaína".

Os advogados do arguido tinham apelado ao tribunal especial de Paris que o absolvesse, por considerarem que não existiam provas materiais que envolvessem directamente o cliente, 42 anos depois do atentado. O Ministério Público, por outro lado, pedia a pena máxima para o arguido, que acabou por ser considerado culpado e condenado, uma vez mais, a prisão perpétua.

Detido em França desde Agosto de 1994, quando foi capturado num hospital do Sudão numa operação dos serviços secretos, o militante marxista e autodenominado "pistoleiro de elite" tornou-se um símbolo do anti-imperialismo da Guerra Fria, nas décadas de 1970 e 1980, e o "inimigo público número um" dos governos ocidentais.

Considerado um dos nomes mais infames do terrorismo internacional, “o Chacal” ganhou notoriedade em 1975, quando sequestrou 11 ministros dos países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em Viena, em nome da Frente Popular da Libertação da Palestina.

“O Chacal” já cumpria duas penas de prisão perpétua em França, uma pelo homicídio de dois agentes secretos franceses e de um informador em Junho de 1975, e outra por dois ataques a comboios em 1982 e 1983.

Ilich Ramírez Sánchez, que se descreve como um “revolucionário profissional”, nasceu na Venezuela e estudou em Moscovo, antes de se juntar à Frente Popular de Libertação da Palestina. Converteu-se ao Islão em 1975. Ficou conhecido como Carlos, “o Chacal”, depois de ter sido encontrada entre os seus pertences um exemplar do livro do The Day of the Jackal (O Dia do Chacal), de Frederick Forsyth.

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