Eleitores de Jacarta rejeitaram o primeiro governador de etnia chinesa da capital da Indonésia, Basuki "Ahok”, Tjahaja dando a vitória a um candidato que cortejou o voto islamista, num resultado que deverá ter implicações políticas para o Presidente, Joko Widodo, que deverá tentar a reeleição em 2019.

Muitos reagiram nas redes sociais à vitória do antigo ministro da Educação Anies Baswedan com 58%, segundo os resultados parciais, comparando-a à vitória choque do “sim” ao "Brexit" no Reino Unido e de Donald Trump nos Estados Unidos. Baswedan representa um movimento islamista radical que vem a ganhar força num país há muito dominado por um islão moderado e as sondagens previam um resultado próximo do empate.

“Daqui para a frente, a política da religião vai ser uma força forte”, disse o analista Keith Loveard, autor de livros sobre a política indonésia, à agência Reuters.

O candidato derrotado é um aliado importante do Presidente, que enfrenta um forte desafio dos islamistas na corrida para as presidenciais de 2019. O candidato vencedor perdeu, por pouco, para Widodo na eleição de 2014 e deverá concorrer de novo nas próximas presidenciais.

A polícia disse que deteve 15 pessoas na sequência de distúrbios em várias assembleias de voto na cidade de 10 milhões de pessoas na votação descrita pelo jornal Jakarta Post como “a mais suja, a mais polarizadora, a mais divisiva” de sempre no país.

Baswedan é um académico que muitos vêem com respeito, mas foi criticado por ter cortejado agressivamente o voto islamista durante a campanha.  

Purnama, que é cristão, está a ser julgado por blasfémia por comentários que muitos viram como um insulto ao islão, ao citar o Corão na campanha.