Califórnia e Alemanha juntam-se na luta contra alterações climáticas

Estado norte-americano faz acordo com o Governo alemão.

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O acordo foi celebrado em Dezembro de 2015 LUCY NICHOLSON/Reuters

Depois de os Estados Unidos terem decidido sair do Acordo de Paris, a Alemanha criou uma parceria com o estado da Califórnia para cooperar na luta contra as alterações climáticas, preenchendo o vazio deixado pela nova Administração norte-americana.

A maior economia da zona euro e o maior estado federal norte-americano em termos económicos vão colaborar no projecto Under 2 Coalition, que junta cidades, governos regionais e Estados, anunciou neste sábado a ministra alemã do Ambiente, Barbara Hendricks, em comunicado.

Contrariando o argumento da Administração Trump, o de que o acordo é mau para os interesses norte-americanos, o governador da Califórnia, Jerry Brown, tem reafirmado que a posição do Presidente é um retrocesso temporário – e ainda há dias assinou um outro acordo de colaboração com a China, para o desenvolvimento de tecnologias limpas.

Agora, foi a vez de estabelecer pontes com a principal potência da União Europeia. “Não podemos alcançar os nossos objectivos climáticos sem o compromisso das comunidades locais e regionais. Isto ficou ainda mais claro depois da saída dos Estados Unidos do acordo climático de Paris”, afirmou Hendricks, depois de definir em São Francisco a parceria com o governador Brown.

As alterações climáticas são “a ameaça existencial do nosso tempo”, destacou por seu lado o governador, num sinal de que a Califórnia olha para as alterações climáticas como um problema que tem de ser combatido de forma global.

A decisão do Presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo celebrado em Paris em Dezembro de 2015 tem sido condenada não só pelos líderes mundiais e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, mas também pela própria indústria.

A partir de Berlim, o Governo de Angela Merkel tem reafirmado que não será a saída dos Estados Unidos a travar o compromisso dos outros no que toca à redução das emissões de dióxido de carbono, cujas metas são voluntárias para cada um dos países que assinaram o acordo. “Estamos mais determinados do que nunca, na Alemanha, na Europa e no mundo a juntar esforços”, afirmou a chanceler alemã na semana passada, depois de consumada a decisão de Donald Trump.

Dos 195 países que fazem parte da ONU (193 mais dois observadores – a Santa Sé e a Palestina), apenas dois se mantiveram à margem das negociações de Paris: a Síria e a Nicarágua, este último país por considerar o acordo condenado ao falhanço, por não ser de cumprimento obrigatório.

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