Caixas negras do voo MS804 podem ser recuperadas no final da próxima semana

Satélites receberam sinal automático de socorro, mas os meios necessários para recuperar as caixas negras ainda vão a caminho.

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O robô necessário para recuperar as caixas negras chega na quinta-feira da próxima semana AFP

Vários satélites europeus e norte-americanos receberam um sinal automático de socorro quando o avião Airbus A320 da EgyptAir se despenhou no mar Mediterrâneo com 66 pessoas a bordo, entre as quais um cidadão português. Os responsáveis pela investigação continuam a recolher destroços, mas só a partir do final da próxima semana será possível recuperar as caixas negras.

Não se tratou de nenhum pedido de socorro feito pelos pilotos, mas sim de um sinal que foi enviado automaticamente assim que o avião se despenhou – emitido pelo transmissor de localização de emergência (ELT, na sigla em inglês), com que todos os voos internacionais estão equipados.

Este sinal foi recebido por cinco satélites às 2h36 da madrugada (1h36 em Portugal continental), cerca de sete minutos depois de o avião ter desaparecido dos radares dos controladores aéreos.

O sinal emitido pelo ELT foi enviado depois dos satélites para uma estação em Chipre, e foi com essa informação que as autoridades conseguiram limitar as buscas a uma área de cinco quilómetros.

O ELT serve apenas para emitir um sinal de socorro no momento do impacto e não funciona debaixo de água – o passo seguinte é detectar o localizador que está acoplado às caixas negras e que emite sinais de forma constante durante quatro a cinco semanas a seguir ao desastre.

Enquanto isso não acontece, as equipas vão recuperando destroços e corpos, numa tentativa de vislumbrar o que poderá ter provocado a queda do avião – ninguém tem descartado nenhuma causa, mas as autoridades egípcias têm dado mais ênfase à hipótese de um atentado terrorista.

Localizar os sinais que são emitidos debaixo de água e recuperar as caixas negras deverá demorar, pelo menos, mais uma semana, já que os aparelhos necessários estão ainda a caminho da área dos destroços.

Os governos do Egipto e de França assinaram contrato com duas empresas francesas para desempenharem essas tarefas – a Alseamar vai localizar o sinal e a Deep Ocean Search vai recuperar as caixas negras, com a ajuda de um robô.

O navio francês Laplace já saiu da Córsega em direcção ao local das buscas com três detectores da Alseamar com capacidade para identificarem o sinal do localizador a uma profundidade de cinco quilómetros. Os detectores vão começar a trabalhar assim que chegarem à zona (cerca de 290 quilómetros a norte da costa do Egipto), mas o robô que poderá recuperar as caixas negras não chegará antes de quinta-feira da próxima semana – o navio da Deep Ocean Search partiu no sábado passado e tem uma viagem de 12 dias pela frente.

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