Brasil já tem novo presidente da Câmara dos Deputados

Rodrigo Maia, próximo do Presidente interino e fundamental para que este ponha em prática a sua agenda económica, sucede a Eduardo Cunha.

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O democrata derrotou Rogério Rosso na corrida à presidência da Câmara dos Deputados UESLEI MARCELINO/Reuters

O Brasil tem um novo presidente da Câmara dos Deputados. Aliado do Presidente interino, Michel Temer, Rodrigo Maia, do partido Democratas, foi eleito sucessor de Eduardo Cunha, que renunciou na semana passada, na sequência da sua suspensão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ligações à Operação Lava-Jato.

Maia, de 46 anos, foi eleito à segunda volta com 285 votos, contra os 170 do seu concorrente mais forte, Rogério Rosso, do Partido Social Democrático (PSD).

Rodrigo Maia, que frequentou – sem concluir – o curso de Economia na Universidade Cândido Mendes, é natural do Chile (nasceu em Santiago durante o exílio do pai). Com experiência na banca, assinalou de imediato que está disponível para ajudar Temer a fazer avançar as reformas económicas que este preconiza.

“Vou falar com Temer, que conta com o apoio do meu partido. Estamos convencidos que este governo vai ultrapassar a crise e a Câmara dos Deputados está aqui para ajudar nessa tarefa”, afirmou Maia aos jornalistas logo depois de ter celebrado a eleição.

Cunha, principal promotor do processo de destituição da Presidente brasileira Dilma Roussef, já tinha sido afastado do cargo pelo STF há dois meses quando finalmente renunciou, a semana passada. A eleição de Maia só foi possível graças a uma improvável união de alguns sectores do PT (Partido dos Trabalhadores) ao seu Democratas (conhecido como DEM) e ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). Quando foi conhecido o resultado ouviram-se gritos de “fora, Cunha” no plenário, descreve o jornal Folha de São Paulo.

Com a experiência acumulada de cinco mandatos como deputado, o dirigente do DEM prometeu “governar com simplicidade” e “dialogar”.  

O novo presidente da Câmara vai permanecer em funções durante menos de sete meses, até 1 de Fevereiro de 2017, altura em que termina o mandato de Cunha, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-RJ).

“Para Temer, esta eleição é extremamente importante”, diz Humberto Dantas, cientista político e consultor citado pela agência Reuters. “É o presidente da Câmara dos Deputados que determina a agenda e o ritmo dos trabalhos.”

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