Bom senso, precisa-se

Espera-se que os ministros das Finanças da zona euro sejam muito prudentes ao decidirem, hoje, sobre as sanções a Portugal e Espanha devido ao défice excessivo do ano passado. Desde logo, porque a União Europeia não atravessa propriamente momentos exaltantes. Depois do "Brexit", o mínimo que se espera dos dirigentes europeus é um redobrado empenho na procura de respostas a todas as queixas, incompreensões e desajustes que a votação desencantada dos britânicos sobre a construção europeia expôs ainda mais. Pôr todas as fichas num exercício punitivo só vai aumentar o fosso entre os cidadãos e as instituições comunitárias, oferecendo de barato munições gratuitas a todas as forças antieuropeístas. Além do mais, só agravará a situação dos dois países, especialmente Portugal, que enfrenta problemas gravíssimos de crescimento. Percebe-se que o Conselho não queira ficar mal na fotografia, mas qualquer excesso será sinal de insensibilidade política e social, contribuindo para que cada vez mais se interroguem sobre a utilidade desta Europa.

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