Biden pede a primeiro-ministro do Canadá que “mantenha a ordem”

O vice-presidente norte-americano esteve no Canadá para a sua última visita oficial. Trump continua a escolher nomes polémicos para a sua administração.

Joe Biden está até esta sexta-feira no Canadá
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Joe Biden está até esta sexta-feira no Canadá Reuters/CHRIS WATTIE
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Joe Biden está até esta sexta-feira no Canadá Reuters/CHRIS WATTIE
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Joe Biden está até esta sexta-feira no Canadá Reuters/CHRIS WATTIE

O vice-presidente dos EUA pediu esta quinta-feira ao primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau que assuma a responsabilidade de manter o equilíbrio mundial face a um conjunto de dificuldades que “não eram registadas desde a Segunda Guerra Mundial”.

Joe Biden esteve na capital do Canadá, Otava, e alertou para o papel que o primeiro-ministro canadiano deverá adoptar, uma vez que “o mundo irá passar mais tempo a observá-lo”, cita a AFP.

Numa espécie de discurso de passagem de testemunho, o vice-presidente norte-americano sublinhou que “serão precisos” homens como Trudeau no actual contexto de “ordem liberal económica”, uma “ordem liberal internacional onde existem regras básicas que devem ser cumpridas”, citam os meios de comunicação social canadianos.

Biden lembrou que a amizade entre os dois países “é absolutamente essencial para os EUA” e afirmou que os modos de vida e as economias das duas nações são indissociáveis. Trudeau respondeu que as relações são mais profundas que os laços “comerciais e de segurança”, notando que “partilham valores fundamentais comuns” “Como bons amigos concordamos em algumas coisas e discordamos noutras, mas permanecemos unidos”, acrescentou o governante do Canadá.

A reunião entre os EUA e o Canadá serviu para selar a estratégia da luta contra o aquecimento global e o cumprimento dos objectivos estabelecidos no Acordo de Paris. Biden destacou ainda que a luta contra as alterações climáticas é um dos desafios mais importantes da actual geração.

Sem referir o nome de Donald Trump, Biden fez referências à incerteza política causada pelo "Brexit" e pelas recentes eleições presidenciais norte-americanas. “As mudanças que aí vêm serão astronómicas”, declarou. O vice-presidente de Obama afirmou que o mundo será capaz de grandes progressos, mas apenas se líderes como Trudeau ou Angela Merkel assumirem a liderança estratégica.

Esta é a última visita oficial de Joe Biden enquanto vice-presidente dos Estados Unidos. Mike Pence assumirá o cargo da vice-presidência a 20 de Janeiro.

Stéphane Dion, ministro dos Negócios Estrangeiros do Canadá, já tinha garantido horas antes da declaração de Biden que o país iria manter com a presidência de Trump os esforços de diálogo. “Concordamos com muitas iniciativas da actual administração, a administração Obama. Iremos trabalhar com a administração Trump”, asseverou.

A equipa que irá acompanhar Trump na Casa Branca continua a ser desenhada. Esta semana Trump confirmou que Scott Pruitt, uma das principais figuras à frente das acções legais contra a política ambiental de Obama, irá ser o responsável pela Agência de Protecção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês).

O nome mais recente é o de Andy Puzder para assumir a liderança do Departamento do Trabalho. Autor do livro Job Creation: How it Really Works and Why Government Doesn't Understand it (em português: Criação de Emprego: Como é que funciona e por que é que o Governo não a entende), Puzder opõe-se ao aumento do salário mínimo.

Este ano, Puzder, CEO das cadeias de restaurantes Carl’s Jr. e Hardee’s, conhecido pelos seus anúncios sexistas com mulheres em biquínis a comer hambúrgueres, escreveu no Wall Street Journal que “o aumento do salário mínimo destrói a criação de emprego”.

“Gosto dos nossos anúncios. Gosto de mulheres bonitas a comer hambúrgueres em biquínis. Acho que é muito americano”, afirmou numa entrevista em 2015. “Que se lixe o politicamente correcto”, disse na mesma entrevista, citada pela Vox.

O mais recente nome da administração Trump foi ainda acusado de violência doméstica nos anos 1980 contra a sua, à data, mulher, escreve o Riverfront Times. No final de Outubro deste ano, a ex-mulher de Puzder terá enviado um e-mail onde retira as acusações de que tenha sido abusivo, cita a mesma publicação, num artigo actualizado com a reacção do porta-voz de Puzder, que sempre negou as acusações.

No e-mail, enviado à publicação pelo porta-voz de Puzder, a ex-mulher escreve, três décadas depois, que se arrepende "profundamente" das decisões que tomou à data e que espera "que nenhuma delas se torne agora um problema". O texto citado continua e acrescenta que Hanning escreveu os papéis para o divórcio sem o conhecimento de Puzder e dispõe-se a confirmar a história que nega as acusações "a quem perguntar". 

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