Atentado mata 48 pessoas em cidade controlada por curdos na Síria

Estado Islâmico reivindica explosão de camião armadilhado que visou zona administrativa em Qamichli, junto à fronteira com a Turquia.

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A força da explosão reduziu edifícios a escombros e provocou mesmo danos do outro lado da fronteira Delil Souleiman/AFP

Meia centena de pessoas morreram e 140 ficaram feridas num atentado à bomba numa província controlada pelas forças curdas, no extremo Nordeste da Síria. O ataque, já reivindicado pelos jihadistas do Estado Islâmico, visou edifícios da administração curda.

A televisão estatal síria divulgou imagens da zona do ataque, em Qamichli, na província de Hasakah, mostrando vários edifícios reduzidos a escombros, ruas pejadas de destroços e carros a arder. O balanço oficial aponta para 48 mortos e 140 feridos, levando o governador provincial a pedir à população que se dirija aos hospitais para dar sangue.

As primeiras informações davam conta de um duplo atentado, com recurso a suicidas e carros armadilhados. Mas um correspondente da AFP na cidade, citando fontes da segurança, diz que a detonação foi causada por um camião carregado de explosivos, accionados pelo condutor no momento em que o veículo se aproximou de um posto de controlo existente à entrada da zona onde se concentram os edifícios da administração autónoma criada pelos curdos desde que assumiram o controlo da maioria da província – o Exército sírio detém apenas o aeroporto de Qamichli e alguns bairros próximos.

Segundo a mesma fonte, a deflagração terá provocado a explosão num reservatório de gasolina vizinho, o que aumentou o grau de destruição. A agência Reuters adianta que a força da explosão foi tal que partiu montras de lojas na cidade turca de Nusaybin, do outro lado da fronteira, onde se registaram dois feridos.

Esta não é a primeira vez que os jihadistas atacam em Hasakah, o bastião curdo no Nordeste da Síria. Nos últimos meses bombistas suicidas fizeram-se explodir tanto em Qamichli, como na capital provincial, com o mesmo nome, em acções que redobraram de intensidade desde que, no ano passado, as milícias curdas sírias (YPG) avançaram, com o apoio da aviação norte-americana, sobre várias áreas na região até aí sob controlo do autoproclamado Estado Islâmico. Mas um responsável curdo disse à AFP que “este é o maior atentado alguma vez registado na cidade”.

O ataque coincide com uma ofensiva, igualmente protagonizada pelas YPG com o apoio da coligação internacional, na província de Alepo, no Noroeste da Síria. As forças curdas cercaram Manbij, cidade há muito sob controlo dos jihadistas situada num corredor que liga Raqqa, cidade que proclamaram capital do seu "califado", junto à fronteira com a Turquia e que é essencual para se abastecerem de combatentes e armas.

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