Em 2015 registaram-se 98 ataques de tubarões a humanos, o maior número de que há registo desde que estes dados começaram a ser contabilizados há 57 anos pelo Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, da Universidade da Flórida. “O número de ataques ocorridos no ano passado foi o mais alto que já registamos”, afirmou George Burgess, director do instituto, à AFP.

Os 98 ataques registados em 2015 quebraram o anterior recorde de 2000, onde se assinalaram 88 ataques. Estes registos não incluem incidentes onde foi o humano a iniciar o contacto, como por exemplo quando um mergulhador é mordido depois de agarrar num tubarão.

A maioria das vítimas em 2015 conseguiram escapar sem ferimentos graves, mas seis pessoas acabaram mesmo por morrer – um número que está dentro da média de mortes por ano registada na última década –, declarou Burgess.

A maioria dos ataques ocorreu nos Estados Unidos, que registaram um recorde de 59 incidentes – 30 deles ocorreram na Flórida, onde o longo litoral e as praias convidativas atraem tanto pessoas como tubarões. O antigo recorde era de 53 ataques, registado em 2000 e repetido em 2012. Já a Austrália, em 2015, registou 18 ataques, seguindo-se a África do Sul com 8.

O aumento do número de ataques pode estar relacionado com o aumento da temperatura das águas, causado pelas alterações climáticas (em parte devido ao fenómeno do El Nino), o que aumenta a probabilidade de tubarões e pessoas se encontrarem, segundo declarações do director do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, citado pelo USA Today. O aumento da temperatura das águas faz com que, por um lado, os tubarões se aventurem à procura de alimento, enquanto que, por outro, as pessoas são atraídas para as praias. 

Segundo o USA Today, antes do início do Verão, uma equipa de investigadores federais capturou e marcou 2,800 tubarões ao longo da costa leste dos Estados Unidos, o maior número de que há registo nos 29 anos em que a população é monitorizada.

A expectativa é que estes números continuem a aumentar nos próximos anos. “Podemos e devemos esperar que o número de ataques seja maior a cada ano que passa”, afirmou George Burgess. “Enquanto a nossa população continuar a aumentar rapidamente e a população dos tubarões vai recuperando, vamos assistir a mais interacções”.