Afinal, não foi um grupo de refugiados sírios que atacou as mulheres em Colónia

As duas informações divulgadas pela polícia de Colónia aos media sobre o que se passou na noite de fim de ano não se confirmaram totalmente na investigação posterior.

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Os ataques foram cometidos junto da estação de combóios de Colónia Reuters

O inquérito aos acontecimentos da passagem do ano em Colónia concluiu que os autores das agressões sofridas por mulheres foram sobretudo argelinos e marroquinos a viverem na Alemanha há vários anos e não refugiados acabados de chegar ao país.

Dos 58 suspeitos, dois são iraquianos e um é sírio. Os restantes 55 são sobretudo argelinos e marroquinos, havendo também três alemães, revelou o procurador de Colónia ao jornal Die Welt.

Fontes da polícia tinham dito aos media, após as agressões, que a maior parte dos agressores eram refugiados sírios. Mas depois de terem interrogado 300 pessoas e visto mais de 500 horas de gravações de vídeo, os investigadores desmentiram este dado.

E desmentiram também um segundo dado: a maior parte das agressões não foi sexual, como também foi divulgado no início de Janeiro. Nessa altura, a polícia passou para os media a informação de que cerca de mil homens, organizados em grupos, tinham realizado uma série de ataques de cariz sexual junto à estação de comboios da cidade, sendo as mulheres os alvos. As fontes policiais garantiram também que os agressores eram refugiados sírios que tinham chegado recentemente à cidade.

Estas informações influenciaram o debate sobre a política de asilo da chanceler Angela Merkel, que no final do ano passado estava a ser pressionada para adoptar um limite máximo à entrada de refugiados na Alemanha, alterando a sua "política de portas abertas" inicial.

Das 1054 queixas que a polícia recebeu na noite de passagem do ano em Colónia, 454 são de agressões sexuais. O número é muito elevado, mas as restantes 600 - que inicialmente também estavam nesta categoria - dizem respeito a roubos.

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