Arábia Saudita impede "acto terrorista" contra a Grande Mesquita de Meca

Autoridades agiram contra três células que estariam a planear um ataque no local mais sagrado do islão, durante as celebrações do fim do Ramadão.

Foto
Vista geral da Grande Mesquita Ahmed Jadallah/REUTES

As forças de segurança sauditas terão conseguido impedir um “acto terrorista” contra a Grande Mesquita de Meca, esta madrugada, ao cercar um bombista suicida que se barricara num prédio de três andares e que veio a detonar uma série de engenhos explosivos, já dentro do perímetro daquele que é o templo mais sagrado do islão. Apesar da intervenção das autoridades, o incidente provocou uma morte e fez dezenas de feridos, na sequência de uma troca de tiros e do colapso do edifício após a explosão.

A cidade de Meca recebe por estes dias dezenas de milhares de fiéis que celebram a festa do Eid-al-Fitr, que assinala o fim do mês do Ramadão, este domingo. Segundo um porta-voz do Ministério do Interior, três células terroristas – duas sedeadas em Meca e uma outra da cidade de Jedah – estariam a conspirar para levar a cabo atentados durante as celebrações, que se prolongam por vários dias.

Numa declaração televisiva, Mansour al-Turki, o porta-voz governamental garantiu a segurança de todos os peregrinos e também da família real saudita, que por tradição se muda para Meca nos últimos dez dias do Ramadão. “Foi aniquilado um plano terrorista que tinha como alvo a Grande Mesquita de Meca. Confirmamos que a conspiração desta rede terrorista pretendia violar a santidade deste local, bem como de todos os fiéis”, afirmou.

O responsável não fez qualquer referência à filiação das células envolvidas, mas avançou que os seus militantes recebiam ordens do exterior. “Obedeciam a esquemas corruptos e maléficos orquestrados do estrangeiro, com o objectivo de desestabilizar a segurança e unidade do reino”, referiu.

Al-Turki informou que a polícia procedeu imediatamente à detenção de cinco suspeitos, quatro homens e uma mulher, que já eram procurados por terrorismo, e estariam envolvidos na conspiração para o ataque à Grande Mesquita. Os suspeitos estavam escondidos em dois outros prédios no mesmo bairro de Ajyad al-Masafi onde decorreu a explosão, e também terão participado no tiroteio com a polícia.

Foto
O prédio onde um dos terroristas se escondeu em Meca ficou destruído Agências de Notícias Saudita/REUTERS

As movimentações das autoridades sugerem que teriam tido conhecimento dos planos para atingir os peregrinos na Grande Mesquita de Meca. Na manhã de sexta-feira, a polícia realizou um raide num local identificado como um esconderijo de militantes islamistas no bairro de al-Aseelah, abatendo a tiro um indivíduo referenciado por suspeitas de terrorismo. As forças de segurança terão prosseguido depois para o bairro de Ajyad al-Masafi, no encalço dos outros militantes – foi aí que um suspeito se viu encurralado, acabando por se barricar no prédio onde estaria armazenado o material para levar a cabo o ataque.

“Infelizmente ele começou a disparar contra os agentes de segurança assim que se apercebeu que tinham cercado a área. Isso conduziu a uma troca de tiro, que parou quando o sujeito fez detonar uma carga de explosivos”, relatou Mansour al-Turki. O porta-voz do Ministério do Interior mencionou ainda uma outra acção da polícia que terá erradicado uma terceira célula terrorista na cidade de Jedah, junto ao Mar Vermelho, mas não revelou quaisquer pormenores sobre essa operação.

A segurança costuma ser elevada em Meca para a festa do fim do jejum do Ramadão. Mesmo assim, as celebrações do último ano ficaram marcadas por actos terroristas: dois bombistas suicidas fizeram-se explodir à entrada da cidade, e dois outros militantes foram mortos pela polícia. Um outro bombista suicida atacou a mesquita do profeta Maomé na cidade de Medina.

O Daesh reclamou a autoria das diferentes acções, todas elas dirigidas contra a minoria xiita do ultra-conservador reino da Arábia Saudita, um dos Estados do Golfo que participa na coligação militar internacional que combate o grupo fundado por Abu Bakr al-Baghdadi e outros grupos jihadistas na Síria e no Iraque.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários