Antigo paramilitar da Irlanda do Norte dá-se como culpado em mais de 200 crimes

Gary Haggarty, antigo comandante da Força Voluntária do Ulster, recebeu cinco sentenças de prisão perpétua, depois de admitir a culpa em 200 crimes, incluindo cinco homicídios.

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Um antigo líder da Força Voluntária do Ulster (UVF, na sigla em inglês) na Irlanda do Norte, Gary Haggarty, declarou-se esta sexta-feira como culpado em 200 acusações, incluindo cinco homicídios, 23 acusações de conspiração de homicídio e de terrorismo.

Com 45 anos, Haggarty foi condenado, num tribunal de Belfast, a cinco sentenças de prisão perpétua pelos homicídios. Segundo relata a BBC, a maioria dos crimes admitidos pelo antigo paramilitar unionista foram cometidos quando este era informador da polícia.

A investigação sobre a actuação de Haggarty demorou sete anos a estar completa, tendo sido uma das maiores alguma vez realizada pelas autoridades da Irlanda do Norte. A BBC conta também que o antigo comandante da UVF viveu nos últimos tempos numa morada secreta em Inglaterra enquanto oferecia provas que incriminavam outros companheiros que estariam envolvidos nos mesmos crimes. Além disso, terá denunciado vários polícias que colaboraram com o grupo entre 1993 e 2004.

O UVF surgiu nos anos de 1960 na Irlanda do Norte com o objectivo de combater o republicanismo irlandês, nomeadamente o Exército Republicano Irlandês (IRA), defendendo a permanência no Reino Unido. Considerada uma organização terrorista pelo Reino Unido, República da Irlanda e Estados Unidos, o grupo foi responsável por mais de 500 mortes.

Em 1994, foi declarado um cessar-fogo entre os grupos e a UVF anunciou o fim da sua actividade em 2007. No entanto, vários dos seus membros continuaram activos no crime organizado.

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