Activista em topless interrompe conferência de Le Pen

“O mundo é como é e não como eu gostava que fosse”, reagiu a candidata da extrema-direita francesa.

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“Marine falsa feminista”, gritou a activista enquanto era escoltada para fora da sala Reuters/PHILIPPE WOJAZER

A candidata de extrema-direita às Presidenciais em França, Marine Le Pen, foi surpreendida durante uma conferência, esta quinta-feira, em Paris, por uma activista do movimento Femen, em topless. A líder do partido Frente Nacional foi interrompida enquanto respondia às perguntas da plateia, constituída por apoiantes, jornalistas e diplomatas, por uma mulher que irrompeu em topless pela sala, mas foi prontamente travada e afastada pela segurança.

A conferência tinha como tema “A política internacional da França num mundo multipolar”. Nas paredes da sala podiam ver-se cartazes com a fotografia da candidata à presidência francesa, acompanhadas do slogan “Restaurar a ordem em França”. Nas imagens de vídeo, pode ver-se que a sala, apesar de grande, está quase cheia e que há vários seguranças.

A activista gritou repetidamente “Marine falsa feminista”, frase que tinha escrita nas costas. Foi afastada por três seguranças, que a levaram para fora da sala. Depois do incidente, Le Pen sorriu e afirmou: “O mundo é como é e não como eu gostava que fosse.” O resto da conferência foi centrado na questão do fim da União Europeia, “o monstro burocrático” que “destrói a Europa das Nações”, disse, segundo a Euronews. A candidata da Frente Nacional tornou claro, ao longo de toda a campanha, que irá submeter a referendo a saída da França do euro, caso saia vencedora das eleições, cuja primeira volta se realiza a 23 de Abril. As sondagens atribuem-lhe a vitória na primeira volta, mas a derrota na segunda, a 7 de Maio.

Já não é a primeira vez que o grupo Femen confronta a Frente Nacional. A marcha do 1.º de Maio, em 2015, um tributo à Joana D'Arc organizado pelo partido de extrema-direita, também foi perturbada por três activistas deste movimento, que apareceram numa varanda em topless enquanto gritavam “Heil Le Pen”, invocando referências do universo nazi.

Marine Le Pen, a líder do partido gaulês, pediu a dissolução do movimento Femen. “É paradoxal que se chamem feministas e tentem perturbar um tributo à Joana D’Arc”, disse Le Pen, no rescaldo da intervenção. 

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