A Europa, sempre

A União Europeia é uma expressão fundamental de uma Europa que é boa e que ainda está no princípio. E é preciso dizê-lo.

É preciso não só defender como elogiar as instituições, as leis e a burocracia da União Europeia. Foi graças a estes poderes aborrecidos e facil mas injustamente detestáveis que apareceram entre nós tantas criaturas novas e simpáticas: os europeus.

Eu ainda sou anti-federalista mas a União Europeia conquistou-me e convenceu-me.

Enganei-me. O ser europeu existe, sejam quais forem os componentes da nossa identidade: nacionalidade, género, cor política ou de pele. Nem é preciso ir a Berlin, Londres ou Paris para sentir a emoção europeia. Nem sequer é preciso ir ao Porto ou a Lisboa.

Basta sair da Europa. Os EUA, a China e a Rússia são gigantes cada vez mais diferentes de nós. Atenção: a saída do Reino Unido foi um golpe. E um aviso.

A ideia europeia é diferente da ideia atlântica ou da ideia dita ocidental. Culturalmente é mais liberal, diversa e inclusiva ou, posto de outra forma, menos autoritária, racista ou nacionalista.

É graças à União Europeia, como conjunto de instituições burocráticas com uma componente democrática importante embora impotente (o Parlamento Europeu), que o movimento livre de pessoas tornou os cidadãos dos países-membros mais parecidos uns com os outros, porque mais interessados uns nos outros e mais amigos uns dos outros. Isto nota-se mais nos jovens e é a consequência de mil versões diferentes do Programa Erasmus.

A União Europeia é uma expressão fundamental de uma Europa que é boa e que ainda está no princípio. E é preciso dizê-lo. 

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