Melania sai em defesa do marido: a culpa dos comentários sexistas não é dele

A mulher do candidato do Partido Republicano foi entrevistada pela CNN. Disse que o marido foi incentivado pelo apresentador e que "nunca o tinha ouvido falar assim".

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Melania Trump diz que são as mulheres que se aproximam do marido HANDOUT/Reuters

Donald Trump “foi incitado pelo apresentador” Billy Bush a fazer comentários abusivos sobre as mulheres no vídeo de 2005 a que o Washington Post teve acesso. Esta é a opinião de Melania Trump, que na segunda-feira à noite deu uma entrevista à CNN. A mulher do candidato do Partido Republicano, que durante as últimas semanas tem enfrentado acusações e denúncias de abusos sexuais de várias mulheres, defendeu o marido, recorrendo aos mesmos argumentos de Trump: desvalorizou e disse que não passam de “conversas entre rapazes”.

No vídeo, Trump fala, por exemplo, sobre as suas investidas a mulheres casadas, enquanto se gaba das suas tentativas de sedução. Um homem que Melania não conhece, assevera, garantindo que nunca tinha ouvido o marido naquele tipo de registo. “Foi por isso que fiquei surpreendida, porque não conhecia a pessoa qua ali falava daquela maneira”, diz durante a entrevista.

Melania diz que “os rapazes, quando estão a crescer e se querem impressionar mutuamente, falam de raparigas” - à data do vídeo, Trump estava na casa dos 60 anos.

Na primeira entrevista de Melania Trump depois do escândalo, a mulher do candidato argumenta que “como se pode ver na gravação, as câmaras não estavam ligadas – apenas os microfones”. Questiona se Trump e o apresentador, Billy Bush – com quem o candidato do Partido Republicano mantém uma relação próxima e que foi despedido pela NBC esta segunda-feira – saberiam que também os microfones estavam ligados.

Melania insistiu que o marido foi levado a fazer aqueles comentários. “Ele foi conduzido – como que incentivado – pelo apresentador a dizer coisas más e porcas”, acredita. Não obstante, diz ter tido com o marido uma conversa – que quis manter privada – onde o perdoou, e espera que os EUA o façam também. “Foi há muitos, muitos anos” e “aquele não é o homem que conheço”, respondeu.

Sobre a forma como Trump se tem defendido, Melania diz que Trump está apenas “a dizer as coisas como as sente”. “Eu sei que ele respeita as mulheres. Mas está a defender-se das mentiras.”

“O meu marido é real. É cru. Ele diz as coisas como são. É bondoso. É um cavalheiro. Apoia toda a gente. Apoia as mulheres. Encoraja-as a atingirem os mais altos níveis e a conquistar os sonhos. Emprega muitas, muitas mulheres”, acrescenta, lembrando que os comentários controversos sempre fizeram parte da vida de Trump. O problema é que agora este não está no entretenimento mas na política, explica.

Melania não classificaria os comentários de Trump como agressão sexual, apesar deste estar – ao que parece – a descrever as suas próprias acções. E acredita no marido porque são várias as mulheres que – à sua frente – “vão ter com ele e lhe dão os seus números de telefone – coisas inapropriadas para uma mulher”, aponta. “E elas sabem que ele é casado”, diz.

“Todas as acusações deveriam ser tratadas em tribunal. E acusar, não interessa se um homem ou uma mulher, sem provas, é prejudicial e injusto”, diz, entre acusações aos meios de comunicação social, que acusou de ainda não terem escrito uma única história verdadeira sobre ela.

Melania não quer que tenham pena dela: “Sou muito forte. E as pessoas não me conhecem realmente. As pessoas falam sobre mim como a ‘pobre Melania'. Não tenham pena de mim. Eu aguento tudo."

No sábado, o programa Saturday Night Live, que tem acompanhado as eleições com as suas tradicionais sátiras, inspirou-se em Lemonade de Beyoncé para colocar uma Melania farta de Donald Trump no centro do vídeo, transformando a famosa letra “Becky with the good hair” (Becky com o bom cabelo) em "some guy with the weird hair" (um tipo com cabelo esquisito), numa alusão – explicita – ao candidato do Partido Republicano. 

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