Rushan Abbas: “Todos aqueles que hoje permanecem calados são cúmplices deste genocídio”

A activista pelos direitos dos uigures acusa a comunidade internacional de inacção perante o “genocídio” em Xinjiang e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de ser condescendente com os ataques à comunidade uigur.

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São já oito os países, entre eles o Reino Unido e os Estados Unidos, que acusam a China de “genocídio” e de tentar erradicar esta minoria através da criação de campos de concentração, de “reeducação” e de trabalho forçado. Medidas para controlar a população uigur, como abortos ou vasectomias obrigatórias, têm também sido implementadas pelo Governo do Partido Comunista Chinês (PCC).

Rushan Abbas, activista pelos direitos dos uigures, radicada nos Estados Unidos, ganhou protagonismo em 2019 quando a sua irmã desapareceu, sem motivo, alegadamente raptada pelas autoridades chinesas, na província de Xinjiang. 

A partir daí, redobrou esforços e criou a sua própria organização não-governamental sem fins lucrativos, Campaign for Uighurs, que já reuniu milhares de pessoas para chamar a atenção para a situação dos uigures na China. Em 2022 apresenta um documentário - “In Search of My Sister” - para continuar a espalhar a mensagem pelo mundo.

Em conversa com o PÚBLICO, revela que Xinjiang se tornou numa “zona de guerra”, que vê o PCC como uma “máfia” e que o trabalho da comunidade internacional para por fim a este genocídio tem estado muito aquém.

Acusa, inclusivamente o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de ser condescendente com o genocídio da comunidade Uigur e apela aos Estados-membros da União Europeia e aos países Ocidentais democráticos que trabalhem de forma mais árdua para salvarem a liberdade e a democracia não só na China, como no mundo.