Faz um ano que Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse como Presidente da República. Escolheu começar o dia pelas 11h da manhã, numa aula-debate com alunos do ensino secundário do Liceu Pedro Nunes, onde foi estudante.

Aí, assumiu que vai ponderar no Verão de 2020, em função da situação do país, se sente o "dever de consciência" de se candidatar a um segundo mandato. "Eu no Verão de 2020, portanto, daqui a três anos e meio, mais coisa menos coisa, eu vou pesar a situação que existir em Portugal".

Em seguida, explicitou o que vai pesar na sua decisão: "Se sentir que tenho o mesmo dever de consciência de ser candidato que tive quando fui candidato há um ano e meio, sou candidato outra vez. Se sentir que não tenho esse dever de consciência, porque o país está numa situação tal em que há outras hipóteses tão boas ou melhores do que eu, não há o dever estrito de ser candidato, não sou candidato".

Marcelo Rebelo de Sousa frisou que a situação do país será o factor com mais peso na sua análise, embora também tenha de ter em conta a sua situação pessoal. "Naturalmente tenho de ver se estou de saúde ou não, ninguém sabe, três anos e meio são três anos e meio. Tenho de olhar, portanto, para a minha vida pessoal, para a minha vida familiar, é evidente. Mas, o que vai pesar vai ser obviamente a situação do país", disse.

O Presidente da República considerou também que neste primeiro ano cumpriu as promessas que tinha feito de ser próximo das pessoas e de tentar estabilizar o país em termos políticos, económicos e sociais.

"Penso ter feito aquilo que tinha prometido: estar próximo das pessoas, tentar fazer tudo para estabilizar o país politicamente, economicamente, socialmente, ajudar o sistema financeiro, apoiar o controlo do défice, estabelecer as relações internacionais fundamentais, sobretudo no quadro europeu e da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], e ter sempre presente as comunidades de portugueses espalhadas pelo mundo", declarou.

Instado a apontar uma marca do seu primeiro ano de mandato, Marcelo Rebelo de Sousa começou por responder que "o próprio nunca tem a noção disso", mas acrescentou: "Eu acho que talvez o facto de as pessoas saberem que eu faço um esforço muito grande para estar próximo delas, talvez tenha sido o marco".

A seguir, o Presidente seguiu para Belém, não para o Palácio, mas para se juntar a dois vendedores da revista Cais (da qual será director por um mês da edição de Maio), com quem se passeará nas imediações de Belém, como se fosse um ardina.

O dia não terminará sem uma cerimónia de agraciamento das antigas primeiras damas Maria José Ritta e Maria Cavaco Silva. com Lusa