Norte-americanos de novo cépticos em relação aos "media"

Os índices de confiança dos norte-americanos nos "media", que haviam disparado para níveis extremamente elevados após o 11 de Setembro, são agora ainda mais baixos do que antes dos atentados terroristas. Um estudo do Pew Research Center indica que apenas 49 por cento dos inquiridos consideram que a comunicação social dos Estados Unidos é altamente profissional, quando em Novembro passado esse número se situava nos 73 por cento.

Igualmente revelador: 31 por cento afirmam que os "media" não são de todo profissionais. Antes do 11 de Setembro a percentagem de inquiridos que consideravam os jornalistas como altamente profissionais era de 54 por cento.

Estes números indicam que os norte-americanos demonstram agora o mesmo cepticismo que caracterizou a sua relação com os "media" ao longo da década de 90. Apenas 31 por cento dos 1365 inquiridos no estudo divulgado domingo considera que os órgãos de comunicação ajudam a resolver os problemas da sociedade, enquanto 58 por cento acredita que eles "atrapalham", revela o referido estudo.

Os norte-americanos acreditam ainda que os seus "media" são pouco patrióticos: apenas 49 por cento entende que eles defendem os Estados Unidos, contra os 69 por cento há cerca de um ano. Para 59 por cento dos inquiridos, a comunicação social americana é orientada politicamente, quando imediatamente após o 11 de Setembro 53 por cento acreditava que os "media" eram independentes e 35 por cento declarava acreditar que havia um cuidado dos jornalistas nesse sentido. Este último indicador desceu agora para os 26 por cento. O estudo do Pew Research Center revela ainda que mais norte-americanos acham que os "media" tentam ocultar os seus erros: 67 por cento em comparação com os 52 de Novembro.

Apesar de tudo, o papel de "cão-de-guarda" desempenhado pelos "media" é ainda muito apreciado pelos norte-americanos. Subiu de 54 para 59 por cento a percentagem dos que acreditam que o escrutínio mediático dos líderes políticos os impede de fazerem "o que não devem". Talvez por isso, a percepção de que o poder dos "media" tem vindo a aumentar é partilhada por 57 por cento dos inquiridos, enquanto apenas 29 por cento crê que ela tem diminuído. Esta opinião tem-se mantido uma constante desde meados da década de 80, quando a visão do público sobre os "media" era bem mais favorável, quando se situava nos 63 por cento.

O estudo aponta ainda quais os órgãos de comunicação social preferidos pelos cidadãos norte-americanos: a CNN (37 por cento confiam plenamente no canal de Atlanta) e o "Wall Street Journal" (33 por cento).

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