Vinte anos e 500 exposições depois, o Centro Português de Fotografia vai ter uma mascote

Instituição leva duas décadas na Antiga Cadeia da Relação, onde se guarda a Colecção Nacional de Fotografia

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A Antiga Cadeia da relação é, desde este ano, Monumento Nacional Paulo Pimenta

O Centro Português de Fotografia assinala este domingo, na ressaca do São João, o seu vigésimo aniversário, com um concerto e a apresentação da mascote da instituição. O Zoomie vai estar disponível para uma fotografia com os visitantes que passarem pela antiga Cadeia da Relação, edifício este ano classificado como monumento nacional e onde se realizam, nestes anos, cerca de 500 exposições, entre produções próprias e co-produções.

Aos vinte anos, o CPF guarda uma história de sobressaltos. Criado para “preservação e promoção do património fotográfico” — e não sem polémica, pelo facto de ter sido localizado no Porto — o CPF perdeu autonomia, a meio do seu percurso, deixou de ser um instituto publico e passou a ser um arquivo ser tutelado pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. 

O que não mudou foi a missão do Centro: no vetusto edifício do Largo Amor de Perdição, há duas décadas que se faz o tratamento arquivístico de espécies e a gestão da Colecção Nacional de Fotografia, na qual continuaram ao longo do tempo a ser incorporados milhares de documentos.

“De entre as incorporações recentemente realizadas, destacam-se aquelas que foram objecto de protocolo em 2016, são elas: as de família (Romeiras Moura, Botelho Janeira, Cunha Moraes, entre outras); as de fotógrafos (Ludwig Wagner, Marques Abreu, Joaquim Gomes Ferreira Alves, Ezequiel Pereira de Campos, Luís Ferreira Alves, Pedro Spratley Pinto da Silva, Alberto Marçal Brandão, Sérgio Valente, Ruben Garcia Felices, etc.); as de casas fotográficas, como a Foto Bárcia, ou de associações como a ACOBAR — Associação de Coleccionismo de Barcelos”, adiantou ao PÚBLICO o gabinete de imprensa do CPF. 

A estes, acrescenta a mesma fonte, acrescem ainda “documentos avulsos que poderão integrar as várias Colecções do CPF, nomeadamente: as Casas Fotográficas, os Álbuns Fotográficos, os Bilhetes-Postais, os Autores Não Identificados”.

Quanto à actividade de divulgação da fotografia — antiga ou de produção contemporânea — desde 1997 ao final de 2016 as paredes da antiga cadeia acolheram 265 exposições temporárias que, juntando às co-produções com outras entidades e itinerâncias, eleva para 500 as exposições apresentadas. 

Segundo a assessoria da CPF, as exposições itinerantes “têm percorrido Portugal, de Freixo de Espada-à-Cinta a Faro, passando pelos Açores e pela Madeira e marcaram presença em cerca de 80 cidades e vilas portuguesas, 16 países e cinco continentes”.

As estatísticas de visitantes, que só existem desde 2000, mostram que o CPF, à semelhança de outros espaços culturais do Porto, tem sido alvo de uma procura que tem crescido consistentemente e, entre 2010, ano em que recebeu 54.492 pessoas, e 2015, em que chegou aos 104.154 entradas, estas quase duplicaram. Desde a criação do CPF até 2016 foram efectuadas 1.284 visitas livres e 1.663 visitas guiadas num total de 2.947 visitas organizadas em que participaram, no total, 76.124 pessoas.

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