Vereador assume com “prazer” ónus da suspensão do projecto da Time Out

Mercado previsto para a Estação de S. Bento, no Porto, vai ser revisto pelos promotores

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O projecto da Time Out estava instalado do lado da Rua do Loureiro Hugo Santos

O vereador da Câmara do Porto Rui Loza disse aceitar “com prazer o ónus” da suspensão do projecto da Time Out para a Estação de S. Bento. Mas afirmou também que a decisão dos investidores revela “bom senso”, dizendo-se convicto que estes apresentarão, com certeza, “um projecto melhor”.

O pedido da Time Out para que a Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto apreciasse um pedido de informação prévia para a estação foi suspenso, a pedido dos promotores, depois de Rui Loza ter dito, em reunião do executivo, que achava “inqualificável” a proposta feita, por prever a construção de uma estrutura acoplada ao edifício actual, na zona voltada para a Rua do Loureiro.

Ao PÚBLICO, que avançou a notícia, o responsável pelo desenvolvimento do Market Time Out, João Cepeda, disse que a decisão de suspender o projecto estava directamente ligada com as declarações de Rui Loza que, além de vereador, é o representante da câmara na SRU. “Quando um vereador com a força de Rui Loza chama inqualificável ao nosso projecto, não há condições para insistir”, disse, na altura Cepeda.

O promotor frisou que a empresa não desistiu de instalar um mercado na estação classificada como monumento nacional, mas que iria reformular o projecto e reunir-se com o dono do edifício, a Infra-estruturas de Portugal (IP) e outras entidades, na tentativa de chegar a uma solução que fosse do agrado de todos.

Na reunião desta terça-feira, o vereador socialista Manuel Pizarro disse que queria “solidarizar-se” com Rui Loza, por considerar “pouco polida” a forma como a Time Out tinha colocado o ónus da decisão tomada nas palavras do vereador – o que levou o presidente da autarquia, Rui Moreira, a ironizar: “Atrevo-me a dizer que o vereador não se importa de ser o mau da fita nesta história”.

Já o vereador do Desenvolvimento Económico e Social, Ricardo Valente, argumentou que os colegas de bancada estavam a apontar as críticas ao alvo errado. “O alvo não é a Time Out, que não estou a ver a fazer um projecto destes sem falar com o dono. A Time Out deve ter falado com a IP. Esta interligou-se com a câmara?”, questionou. Rui Moreira aproveitou para explicar que o anúncio dos investimentos para a estação de S. Bento fora feito pelo presidente da IP – e não pelo  ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques – e que a promessa deste organismo de que qualquer investimento no edifício seria feito em articulação com a câmara surgira já depois de ali estar decidida e em curso a instalação de um hostel e dois cafés. O Market Time Out – projecto que nada tem que ver com os outros – era o único que ainda carecia de projecto e que, por isso, não tinha também qualquer obra em curso. 

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