Lisboa vai ter a sua primeira creche para cães

Além de brincarem e descansarem, os cães poderão usufruir de actividades como treino de obediência, terapia comportamental ou fisioterapia, serviços que o Instituto do Animal já fornecia.

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PAULO RICCA

O Instituto do Animal, fundado há um ano, vai abrir a primeira creche para cães de Lisboa, no Jardim do Poço do Bispo. As inscrições já abriram e não importa a raça ou a idade dos animais: a partir deste mês, já não têm de ficar sozinhos em casa enquanto os donos estão a trabalhar.

Todos os dias, além de brincarem e descansarem, os cães poderão praticar actividades como treino de obediência, terapia comportamental ou fisioterapia, serviços que o Instituto já fornecia. “O que queremos, no fundo, é proporcionar uma estimulação mental e física, permanente e adequada, além de companhia, aos cães”, esclareceu Sílvia Machado, fundadora e directora do Instituto.

A iniciativa é sobretudo dirigida aos moradores “da zona norte e oriental de Lisboa, que, até agora, não tinham nenhum sítio onde deixarem os cães”. No entanto, a directora alerta que uma maior distância ao centro não é um factor eliminatório: “Se alguém que mora na outra ponta da cidade quiser deixar o cão connosco, não nos opomos! Mas o ideal era conseguirmos encher a 'turma' só com cães de pessoas aqui do Parque das Nações e de Telheiras”. Contudo, se os donos não conseguirem ir levar ou buscar os animais, podem contar com a Geopets, uma empresa de transporte de animais com a qual o Instituto tem uma parceria.

A mensalidade – frequência de cinco dias por semana – é de 268,80 euros, mas há desconto se se inscrever mais que um cão por família. Os animais também ficam abrangidos por um serviço mensal de vacinação e desparasitação, prestado pelo médico veterinário na creche. Esta fecha aos fins-de-semana, mas a equipa oferece alternativas de estadia em contexto familiar, oferecidas por profissionais seleccionados por ela, para que os animais nunca fiquem sozinhos.

O primeiro requisito para admissão dos cães na creche é o da sociabilidade em relação aos da mesma espécie e a humanos, que é apurado numa entrevista prévia, realizada por um responsável do Instituto. “Isto porque não queremos pôr em causa o bem-estar dos cães que já estão inscritos com a entrada de um novo animal”, justificou Sílvia Machado. Além deste critério, também têm de cumprir outros, como a idade mínima de três meses, terem as primeiras vacinas já tomadas, a desparasitação interna feita há menos de três meses e ainda uma declaração do seu veterinário a concordar com a entrada para a creche. As cadelas que se encontrem com o cio não são aceites e animais com doenças também não.

Os cães serão acompanhados por uma equipa de treinadores certificados pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona e por um médico veterinário, que estará pronta para se adaptar às especificidades de cada animal: “Estão prontos para ajudarem os cães menos reactivos a aceitarem uma realidade um bocadinho diferente, que pode exercer alguma influência no seu comportamento”, avança Sílvia Machado. “Há ritmos diferentes de actividades consoante os diferentes temperamentos dos cães. Por exemplo, na hora da sesta, pode ser que alguns não se adaptem logo de início e precisem de um maior acompanhamento até entrarem no ritmo”.

De início, apenas será constituída uma "turma", cujo número limite de "alunos" está condicionado pelas características dos animais: se forem todos cães de médio a pequeno porte, serão 15. Já se forem de maior porte, serão apenas dez. “Mas já fomos contactados por investidores externos que mostraram interesse em nos ajudar a expandir a creche e, se isso acontecer, teremos todo o gosto em criar mais 'turmas' e receber mais animais”.

A creche do Instituto é a primeira de Lisboa, mas não é única no país: para dar alguns exemplos, há a Doggy Sitter, em Santo Antão do Tojal, em Loures, desde 2004, a Pet Fun Training & Resort, criada há dois anos em Coimbra, o Ateliê CÃOpreensão, que abriu há três anos em Mem Martins, e, mais recentemente, foi inaugurada a Dog Days, em Aveiro. No caso do Ateliê CÃOpreensão, há mesmo uma lista de espera, porque as cerca de 20 vagas diárias estão preenchidas.

Texto editado por Ana Fernandes

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