Troço Covilhã-Guarda na linha da Beira Baixa só estará concluído em 2018

O troço tem apenas 46 quilómetros e é fundamental para voltar a integrar a linha da Beira Baixa na rede ferroviária nacional visto que na Guarda entronca na linha da Beira Alta.

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Troço entre Caria e Belmonte nunca chegou a ser utilizado Nelson Garrido

A retoma dos trabalhos de modernização da linha da Beira Baixa entre Covilhã e Guarda só terá início em 2017 estimando-se a sua conclusão para finais de 2018. A informação é da Infraestruturas de Portugal (ex-Refer), que, em resposta a um conjunto de perguntas do PÚBLICO, não divulgou o montante do investimento alegando que o mesmo será apresentado a candidatura a fundos comunitários no próximo dia 16 de Fevereiro.

O troço em causa tem apenas 46 quilómetros e é fundamental para voltar a integrar a linha da Beira Baixa na rede ferroviária nacional visto que na Guarda entronca na linha da Beira Alta, constituindo assim uma segunda via de ligação à fronteira de Vilar Formoso. Numa analogia com a rodovia, seria como se a A23 só existisse até à Covilhã sem ter continuidade até à A25 na Guarda.

A inexistência desta ligação tem saído cara aos operadores ferroviários (CP, CP Carga e Takargo) porque, quando há descarrilamentos na linha da Beira Alta, são obrigados a fazer transbordos rodoviários ou a suprimir os comboios, o que não aconteceria se pudessem circular pela Beira Baixa.

Foi em 2009 que foi suspensa a circulação de comboios entre Covilhã e a Guarda para que a Refer pudesse proceder à modernização da linha, num investimento à época estimado em 85 milhões de euros. Mas a crise levou à paragem dos trabalhos, deixando no terreno um troço requalificado de dez quilómetros, entre Caria e Belmonte que nunca chegou a ser utilizado.

Agora a conclusão das obras está integrada naquilo que a IP designa por “corredor internacional” (modernização da linha da Beira Alta), mas a empresa tem dado prioridade às obras de consolidação da linha entre Abrantes e Ródão, na qual investiu recentemente 3,2 milhões de euros.

Trata-se de um troço em que a linha acompanha a margem direita do Tejo. A IP diz que “efectuaram-se intervenções de beneficiação da superestrutura e infraestrutura de via, através da substituição de carril e a requalificação do sistema de drenagem”.

Já o investimento futuro no troço encerrado (Guarda-Covilhã) prevê a substituição integral de carris e travessas, electrificação e instalação de modernos sistemas de sinalização e telecomunicações.

 

 

 

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