Esta árvore é uma escultura que se ilumina de borla. E que homenageia os emigrantes

A partir de próxima sexta-feira, Ourém vai ter a “primeira escultura auto-sustentável do país”.

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Monumento ao emigrante é uma árvore tecnológica auto-sustentável DR

Nesta sexta-feira, pelas 19h30, vai ser inaugurada a árvore tecnológica construída por Hugo Travanca. Combina arte com tecnologia e possui uma fonte de energia eólica, capaz de produzir energia suficiente para iluminar a escultura durante a noite.

Monumento ao emigrante é o nome pelo qual o artista quer que a sua escultura fique conhecida. A convite da Câmara de Ourém, foi desafiado a criar um peça que homenageasse os que deixaram o país em busca de trabalho. Sem ter um perfil de emigrante específico para retractar, Hugo Travanca começou por pensar o que é que todos os emigrantes têm em comum. A resposta a que chegou foi: raízes. “Podem andar por todo o mundo e as raízes não mudam”, conta o também pintor, ilustrador e designer gráfico. Das raízes até à árvore foi um salto lógico, explica dizendo que a ligação à natureza é o “sentido natural dos acontecimentos”.

Hugo Travanca não realizou o projecto sozinho. Convidou Ricardo Faria, engenheiro electrotécnico, para ficar responsável pela parte tecnológica da obra. “A peça é uma simbiose entre arte e tecnologia”, reforça o escultor. Os 36 focos instalados no chão, que iluminam a árvore de noite, vão buscar energia à ventoinha eólica instalada no topo da estrutura. “É uma estrutura inteligente”, reitera.

Obra com metáforas

Hugo Travanca, criador da Visual Creator, fala no monumento ao emigrante como uma obra cheia de metáforas. Confessa que fez sentido usar a energia eólica e não a solar. “É uma metáfora da energia que os emigrantes têm para sair do país e voltar. Por outro lado, interessa-me a questão do movimento que a eólica produz na estrutura. O vento é uma força aleatória, que percorre todo o mundo, como os emigrantes”, conta.

Esta não é a primeira obra de Hugo Travanca em Ourém. Não mora no concelho há mais de 17 anos, mas cresceu lá. Admite que talvez tenha sido por isso que foi escolhido pela Câmara para construir este tributo. 

Texto editado por Ana Fernandes

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