Ribeira da Granja alvo de limpeza pela Águas do Porto

Acumulação de vegetação estagnou águas, provocando maus cheiros.

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A Ribeira da Granja corre a céu aberto em algumas zonas da cidade do Porto. MR MANUEL ROBERTO PUBLICO

A empresa municipal Águas do Porto espera terminar esta quinta-feira uma operação de limpeza mais profunda num troço da Ribeira da Granja em Requesende, Ramalde. A acumulação de vegetação aquática, de sedimentos, pedras e ramos de árvores provocou a estagnação das águas que, fruto de alguma poluição, se tornou um incómodo para as pessoas que ali vivem, pelos maus cheiros que provoca, explicou o presidente da Águas do Porto.

Segundo Frederico Fernandes, a qualidade da água da ribeira é boa, mas não excelente, e ainda existem, no seu percurso alguns focos de poluição não resolvidos. Estes factores, acrescidos de um crescimento excessivo da vegetação, na ribeira e nas suas margens, tornaram imperativa esta operação de limpeza.

Tal como todas as ribeiras da cidade, a da Granja só parcialmente corre à superfície, em troços que permitem um melhor controlo da poluição e do caudal destes cursos de água. Frederico Fernandes lembra que três quartos dos 65 quilómetros de linhas de água que percorrem o Porto estão longe da vista, algo que, paulatinamente, tem vindo a ser invertido através de um projecto de requalificação ambiental.

As próximas ribeiras com intervenções previstas são a da Asprela, que em 2015 foi anunciada como parte de um projecto para a construção de um área verde de lazer naquele pólo universitário, fruto de uma parceria entre a Universidade do Porto, o Politécnico e a autarquia. Outro projecto, anunciado em Junho deste ano, a requalificação de mais um troço da Avenida da Boavista, vai trazer para a superfície um troço de 700 metros da Ribeira de Aldoar.

Este projecto foi recentemente alvo de vários reparos pelo biólogo Nuno Oliveira, do Parque Biológico de Gaia, que numa intervenção pessoal, no Facebook, a partir dos dados visuais e da informação prestada pelo município, alertou para os riscos de plantação de carvalho-alvarinho, árvore que se dá mal com os ares do mar, argumentou, e questionou, entre outros aspectos, se este curso, que passará a correr encanado, teria água suficiente no Verão.

Frederico Baptista lembra que o projecto não se trata de uma renaturalização, e foi muito discutido pelos serviços de Ambiente do município, para os quais remeteu explicações para a escolha das árvores a plantar. Sobre o caudal, assinalou que os estudos, feitos para situações de cheia e de estiagem, referem que não será preciso alimentar, no Verão, a Ribeira com água da companhia. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter mais reacções por parte da vereação do Ambiente do município aos reparos do biólogo.

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