Restabelecida circulação na linha do Norte com restrições

Como a circulação só se vai fazer numa das vias, são expectáveis atrasos em todos os comboios de longo curso.

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Trabalhos de remoção para desimpedir a linha do Norte LUSA/PAULO NOVAIS
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A circulação na linha do Norte, no troço entre Coimbra B e Pampilhosa, foi restabelecida às 0h45 desta terça-feira, mas apenas numa das vias e com os comboios limitados à velocidade de 30 Km/hora.

A informação foi avançada pela Infra-estruturas de Portugal (IP) que adianta que “os trabalhos de reparação da via vão prosseguir, de forma a que, com a maior brevidade possível, sejam repostas as normais condições de circulação”.

Nesta terça-feira, 54 horas depois do descarrilamento, voltará a haver comboios directos entre o Norte e o Sul de Portugal, mas os atrasos vão manter-se. Como a circulação só se vai fazer numa das vias, são expectáveis atrasos em todos os comboios de longo curso (Alfa Pendulares e Intercidades). Quanto aos Regionais, alguns serão, seguramente, suprimidos.

Globalmente os passageiros não ganharão muito mais tempo, mas terão mais conforto porque a viagem será directa sem transbordo rodoviário.

Desde o passado sábado a CP transportou em autocarros cerca de 20 mil passageiros entre Coimbra-B e Pampilhosa (concelho de Mealhada).

Enquanto isso, trabalharam no local do descarrilamento, por turnos, equipas de 40 a 60 pessoas, compostas por pessoal da IP, EMEF e CP.

Apesar de só ter afectado uma extensão de 200 metros de linha férrea, o descarrilamento do comboio da Medway (antiga CP Carga) fez estragos muito profundos, tendo a via descendente praticamente desaparecido. Agora que a via ascendente está operacional, o esforço da IP centra-se em reconstruir a via descendente, o que inclui também recolocar a catenária.

O comboio acidentado vinha de Souselas, transportava cimento e destinava-se ao Entroncamento, onde ficariam parte dos vagões, prosseguindo depois para Sines. O peso dos vagões dificultou as tarefas de remoção.

Este acidente ocorreu num dos troços da linha do Norte que ainda não foram modernizados, embora já estejam a decorrer obras a sul de Coimbra. Segundo a Infra-estruturas de Portugal, a secção Alfarelos – Pampilhosa deveria ter entrado em obras em Janeiro do ano passado, mas só recentemente os trabalhos arrancaram.

A obra em curso custa 105 milhões de euros e não se trata de uma verdadeira modernização da infra-estrutura, mas tão só de uma renovação da via destinada a parar a sua degradação.

A par deste downgrade no investimento na linha do Norte – decidido no Governo de Passos Coelho e assumido pelo Governo actual -, foram fechadas em 2009 linhas que hoje poderiam ter constituído uma redundância ao troço obstruído.

Trata-se da via que ligava a Figueira da Foz à Pampilhosa (que encerrou pouco depois de nela se terem feito importantes trabalhos de conservação) e o troço Guarda–Covilhã, na linha da Beira Baixa. O primeiro teria permitido desviar o tráfego ferroviário pela Figueira da Foz para Alfarelos e Lisboa, e o segundo permitiria o acesso directo à Guarda e a Vilar Formoso evitando os transbordos dos comboios da Beira Alta e internacionais.

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