Quatro candidatos disputam a obra do Mercado do Bolhão

Mercado temporário que irá receber os comerciantes está pronto, mas só será ocupado quando arrancarem as obras no edifício histórico, o que poderá acontecer em Janeiro

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O mercado temporário está pronto para receber os vendedores do Bolhão LUSA/MANUEL ARAUJO

Quatro candidatos passaram à segunda fase do concurso público para o restauro e modernização do Mercado do Bolhão, no Porto, e, se não houver reclamações no período de audiência prévia, que decorre até ao final desta semana, o vencedor está escolhido. Mas, a probabilidade de não haver qualquer reclamação é pequena, a julgar pela forma como o concurso tem decorrido, e que levou já ao anunciado atraso no arranque das obras que, na melhor das hipóteses, só começarão em Janeiro.

A informação foi prestada pela responsável pelo Gabinete do Mercado do Bolhão (GMB), Cátia Meirinhos, durante uma acção de campanha do candidato independente Rui Moreira ao mercado temporário que irá acolher os comerciantes e lojistas enquanto decorrerem os trabalhos no edifício histórico da Baixa do Porto. Moreira, que é o actual presidente da Câmara do Porto, ouviu as explicações da funcionária municipal, enquanto percorria o espaço amplo com cerca de 5600 metros quadrados em que estão instaladas bancas, e estruturas para lojas e restaurantes.

Naquele espaço, que está pronto, mas que não deverá ser ocupado antes do arranque das obras no Bolhão, por vontade dos comerciantes, existem bancas para 66 vendedores, quatro estruturas para restaurantes do interior do mercado e lojas para 12 dos 40 comerciantes do exterior que aceitaram mudar-se temporariamente para o mercado instalado no centro comercial La Vie Porto. Cátia Meirinhos explicou que as negociações com este grupo de inquilinos do Bolhão ainda decorrem, existindo, neste momento, “quatro que manifestaram a vontade de sair e cinco que, eventualmente, quererão sair, mas sem decisão final”. Já dos cem vendedores do interior do mercado, 74 irão permanecer no espaço renovado – 61 vendedores, quatro restaurantes, um amolador e oito carrejões.

A responsável pelo GMB adiantou ainda que já está decidido o horário que será praticado no mercado temporário – e que era uma questão que preocupava os comerciantes, que temiam serem obrigados a estar abertos durante o mesmo horário do centro comercial. Cátia Meirinhos garantiu que não será assim. “No Bolhão, hoje, o horário é entre as 7h e as 17h. O mercado temporário vai abrir à mesma hora, mas, quem quiser, pode continuar a trabalhar até às 20h. Esta extensão de horário não é obrigatória”, disse. Ao domingo, o espaço estará fechado e ao sábado, em vez de encerrar às 13h, como acontece hoje no Mercado do Bolhão, o espaço temporário permanecerá aberto até às 18h – mais uma vez, o prolongamento de horário não é obrigatório, garantiu a responsável.

Rui Moreira disse-se convicto que, independentemente do resultado das eleições, o processo do Bolhão “já não volta atrás”, realçando a “unanimidade” demonstrada por todas as forças políticas representadas na autarquia em torno da solução encontrada. O lamento que deixou foi uma repetição do que já dissera enquanto autarca – o facto de ter sido retirada às autarquias a possibilidade de avançaram com a resolução fundamentada, invocando o interesse público, em caso de divergências com os concorrentes, provoca atrasos impossíveis de quantificar. “A litigância na contratação pública obriga-nos a ter muita prudência [no anúncio de prazos]”, disse o candidato à presidência da câmara.

Uma coisa, se vencer as eleições, é certa – o Bolhão vai voltar a ter este ano, uma campanha publicitária para chamar compradores ao local na época de Natal. “As campanhas de marketing têm que ser feitas de acordo com a realidade e, para aqui, já sabemos o que vamos fazer”, disse.

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