PSD diz que expectativas criadas por Medina na Carris “não se estão a cumprir”

Reunião de câmara acabou por não discutir a alteração aos estatutos da transportadora.

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Rui Gaudencio

A vereação do PSD na Câmara de Lisboa considerou nesta quinta-feira que “as expectativas” criadas pelo líder do executivo, o socialista Fernando Medina, sobre a gestão municipal da rodoviária Carris “não se estão a cumprir” por estar tudo “na mesma”.

“A Câmara prometeu profundas alterações ao funcionamento da Carris, [mas] já passaram alguns meses e a Carris continua a funcionar da mesma forma”, disse o vereador do PSD António Prôa, em declarações à agência Lusa.

Para o autarca, “as expectativas criadas pelo Dr. Fernando Medina não se estão a cumprir em termos da prestação de serviço aos munícipes”.

Na reunião privada desta quinta-feira, o executivo camarário (de maioria socialista) deveria ter discutido a alteração de estatutos da Carris, assim como a recondução dos membros do conselho de administração - presidido por Tiago Farias e também composto pelos vogais Realinho de Matos e António Pires -, documentos que serão depois submetidos à Assembleia Municipal. Porém, a apreciação dos documentos acabou por ser adiada.

Igual destino teve a proposta apresentada na ocasião pelos vereadores do PCP referente à alteração de estatutos, que sugeria, entre outras questões, a criação de um conselho consultivo para a rodoviária Carris, de forma a envolver concelhos limítrofes nas decisões sobre a empresa.

António Prôa explicou à Lusa que solicitou o adiamento das propostas da maioria PS “por duas razões”.

“Nós, em Janeiro, apresentámos uma moção pedindo que todos os documentos relativos à Carris fossem distribuídos com tempo suficiente para os podermos analisar atempadamente. Neste caso, os documentos só foram entregues na sexta-feira, claramente não cumprindo essa moção aprovada por unanimidade”, apontou.

Além disso, lembrou o autarca, “há a questão da apreciação parlamentar”.

A Câmara de Lisboa assumiu em Fevereiro passado a gestão da rodoviária - 41 anos depois de a ter 'perdido' para o Estado -, num processo que gerou alguma polémica, após o PCP ter pedido a sua apreciação parlamentar.

António Prôa disse ainda que as propostas apresentadas pelo PCP “aprofundaram a necessidade de adiar” a votação dos documentos.

Também ouvido pela Lusa, o vereador comunista Carlos Moura apontou a possibilidade de “haver interferência directa” entre a aprovação dos novos estatutos da Carris e a apreciação parlamentar. “Seria precipitado avançar já com a alteração dos estatutos”, sublinhou.

Contudo, deu conta de que “o presidente [Fernando Medina] não está preocupado com isso e, portanto, adiou esta discussão para a próxima semana”.

Carlos Moura adiantou que a proposta do PCP visa assegurar, nos estatutos da empresa, “certos direitos para as autarquias servidas pela Carris e para os trabalhadores”.

Por seu lado, o eleito do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, disse à Lusa que se pronunciará sobre estes documentos depois de os analisar “mais a fundo”.

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