Prédio afectado por incêndio em Leça do Balio precisa de obras

Alguns dos moradores do prédio afectado por um incêndio em Leça do Balio não vão poder permanecer nas suas casas até que as obras de consolidação estejam concluídas.

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O incêndio deflagrou a 5 de Junho num armazém em Leça do Balio. Nelson Garrido

O relatório da vistoria ao prédio de Leça do Balio, em Matosinhos, onde a 5 de Junho deflagrou um incêndio, revela serem necessárias obras de consolidação antes de os moradores poderem regressar, adiantou à Lusa fonte do município.

Com 120 páginas, o relatório refere que, após os testes de esforço e ensaios realizados nas lajes, vigas e paredes do edifício, os danos "estão concentrados" nos blocos A, B e C, sendo os mais graves na laje do pavimento do piso 1/tecto das lojas, que terá de ser parcialmente demolida e reconstruída e reforçada com a construção de uma sublaje, disse.

A parede da cave também terá de ser refeita, embora não interfira com a segurança do imóvel, sustenta a fonte da autarquia. O bloco D já foi "libertado há um mês" e já está reabitado, recorda.

"Tendo em consideração estes danos e o facto de não terem sido observados indícios de relevantes anomalias estruturais anteriores ao incêndio, pode concluir-se que, apesar da severidade do incêndio, a probabilidade de colapso global do edifício sob acção das cargas verticais actualmente instaladas é reduzida para os blocos A, B e C, e praticamente coincidente com a existente na situação prévia ao incêndio para o bloco D. A segurança estrutural dos blocos A, B e C não satisfaz, porém, o exigível regulamentarmente para uma normal utilização", explica o relatório.

O documento, encomendado ao Instituto da Habitação, foi entregue esta segunda-feira à Câmara de Matosinhos, que o entregará ao condomínio, ao qual caberá, em coordenação com as seguradoras, realizar as obras estruturais necessárias, frisou a fonte autárquica.

Os moradores também serão notificados de que passam a poder aceder livremente aos apartamentos, embora não possam lá permanecer até que as obras de consolidação do edifício estejam feitas. Podem, contudo, retirar móveis, desde que desmontados. Embora sem intervenção directa, a autarquia continuará a acompanhar a situação.

A vistoria ao edifício começou a 27 de Junho e foi feita com recurso a uma técnica de medição "muito rápida, precisa, fiável e não invasiva", através do inovador equipamento laser scanning.

A 5 de Junho, um incêndio deflagrou na cave de uma loja/armazém de Leça do Balio com uma área de cerca de quatro mil metros quadrados e alastrou-se ao rés-do-chão, tendo mobilizado mais de 130 bombeiros e 40 viaturas. O fogo desalojou os moradores das 43 habitações que continuam a viver em casa de familiares e amigos, à excepção de uma idosa com mobilidade reduzida que foi temporariamente institucionalizada devido à sua condição física.

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