Petição propõe fim dos parquímetros entre a FEUP e a FEP

Estudante da FEUP lançou uma petição online contra a colocação de parquímetros na zona envolvente às faculdades de Engenharia e de Economia da Universidade do Porto.

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O preço da segunda hora de estacionamento em Matosinhos vai manter-se nos 0,65 euros Adriano Miranda

Mais de mil pessoas já assinaram a petição online que propõe o fim dos parquímetros instalados entre as faculdades de Engenharia e de Economia da Universidade do Porto. 

A Rua Dom Frei Vicente da Soledade e Castro, em Paranhos, faz agora parte dos cerca de 1800 lugares que o consórcio que ficou com a concessão do estacionamento pago à superfície, a E Porto, pretendia criar, para além dos 4234 lugares pagos de estacionamento que já existiam na via pública. 

Gustavo Silva, autor da petição, disse ao PÚBLICO que a colocação dos parquímetros naquela zona afecta directamente os estudantes universitários porque são eles que ocupam “maioritariamente” os lugares de estacionamento durante o dia. O estudante do 3° ano do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação da FEUP salienta que “apesar da existência de parque destinado aos alunos, em dias úteis, este acaba por encher pouco depois das 9h e só volta a ter lugares disponíveis por volta das 16h”. Opinião partilhada pelo presidente da Associação de Estudantes daquela faculdade, Pedro Castro, que reconhece que o parque gratuito da faculdade "tem uma limitação muito grande”, face aos cerca de 8.500 alunos que a frequentam.

A petição foi lançada no mesmo dia da instalação dos parquímetros, a 22 de Junho, e, até à data, reunia 1124 assinaturas.

Como os estudantes se encontram, neste momento, em época de exames, os parquímetros “ainda não se tornaram um problema para a maioria, pois as faculdades não se encontram tão cheias”, explica o autor da petição. Com o recomeço das aulas, em Setembro, Gustavo Silva acredita que “venham a surgir grandes dificuldades de estacionamento” para os estudantes que se deslocam de carro, visto que a rua principal deixará de ser opção e as “ruas adjacentes ficarão estagnadas”, o que aumentará também a distância e o tempo gasto entre as zonas de estacionamento livres e as faculdades. Com a recolha das assinaturas, o objectivo de Gustavo Silva é “expor e argumentar a posição dos estudantes relativamente a esta situação” à Câmara Municipal do Porto.

Nuno Santos, adjunto de Rui Moreira, disse ao PÚBLICO que “o sistema de parquímetros serve para provocar a rotatividade no estacionamento”, para que existam sempre lugares vagos e oportunidades de estacionamento. Por dia, mais de 65 mil veículos entram na cidade com destino ao local de trabalho ou à sala de aula. Sendo essa uma zona de grande afluência por parte dos estudantes, a aplicação do sistema nessa área “faz sentido”, referiu. Nuno Santos acrescentou ainda que os estudantes têm à disposição alternativas como a utilização de transportes públicos. Para Gustavo Silva, a rede de transportes públicos só será uma alternativa à utilização do carro próprio quando “servirem a população decentemente”. “Até lá, não faz sentido cobrar pelo estacionamento de um carro que coloca um estudante na faculdade em 15 minutos em vez deste demorar uma hora ou mais em transportes públicos”, conclui.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Daniel Freitas, diz que “a questão está a ser debatida internamente” e que está em contacto com a Associação de Estudantes da FEUP, para lançar uma posição sobre o assunto “ainda esta semana”. O presidente da AEFEUP reuniu, na terça-feira, com a direcção da faculdade que está também “descontente” com a situação que é “absolutamente absurda”, referiu Pedro Castro. E que a AEFEUP, em conjunto com a FAP, está a redigir um documento com “toda a argumentação” para enviar à Câmara Municipal. 

O representante dos alunos de engenharia afirma ainda que se “está aqui a abrir um precedente que se pode alastrar às outras faculdades”. Nos comentários que acompanham as assinaturas da petição, as queixas contra a introdução dos parquímetros não se ficam pela zona entre a FEUP e a FEP. “Vários estudantes deixaram mensagem a pedir para estender [a petição] a toda a zona do S. João e Pólo Universitário (Rua Alfredo Allen), onde também foram instalados parquímetros”, acrescenta o peticionário. 

Texto editado por Ana Fernandes

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