Os polícias vão deixar de servir à mesa nos refeitórios passando a vigiar mais as ruas

Ministra da Administração Interna assinou, nesta segunda-feira, mais um pacote de Contratos Locais de Segurança com as câmaras algarvias. Delinquência juvenil e violência doméstica são duas preocupações a exigir um “alerta” permanente

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bruno lisita

O Ministério da Administração Internar está a “ultimar” um plano que prevê deslocar os 600 polícias que trabalham nas messes e refeitórios para acções de vigilância e prevenção da criminalidade nas ruas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, em Loulé, pela ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, após a assinatura com as câmaras algarvias da segunda edição dos novos Contratos Locais de Segurança (CLS), destinados a reforçar a cooperação entre a administração central e o poder local. O primeiro pacote dos CLS foi celebrado em Julho com as câmaras da Amadora, Lisboa, Loures, Maia, Oeiras, Porto, Serpa, Sintra, Vila Franca de Xira e Vila Nova de Gaia

A ministra disse que pretende libertar os polícias das tarefas que “não têm a ver com a sua missão principal, que é serem policias”. Para isso vai contratualizar com empresas privadas o serviço prestado nas messes, em moldes semelhantes ao que se verifica com as cantinas do Ministério da Educação. As alterações, prevê a governante, deverão ter lugar “até final do primeiro trimestre do próximo ano”.

Em relação à nova geração dos CLS, assinados com 14 municípios algarvios, advertiu: “Não se esperam resultados imediatos”. Os benefícios, sublinhou, serão de médio e longo prazo – dependendo do resultado da cooperação inter-ministrial e do envolvimento das autarquias num plano que envolve os ministérios da Administração Interna, Segurança Social e Educação.

No final, em declaração aos jornalistas, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve – Amal, Jorge Botelho, deixou a garantia de que os municípios irão “reforçar uma ligação permanente com as forças de segurança” para que sejam corrigidas situações relacionadas com a gestão das cidades. “Vamos eliminar alguns pontos negros”, enfatizou. Por seu lado, exemplificou a ministra, para tornar uma paragem de autocarro mais segura, “por vezes, basta melhorar a iluminação, mandando cortar a copa de uma árvore”.

Das medidas preventivas, preconizados nos CLS, a delinquência juvenil e violência doméstica assumem particular relevância, ficando a sugestão para que haja um “alerta permanente” de parte de todas as entidades oficiais e cidadãos em geral.

Para fazer o diagnóstico da situação da criminalidade algarvia foi concedido um prazo de dois meses, findo o qual serão postas em prática as medidas a aplicar no terreno, de acordo com a realidade de cada município. A câmara de Loulé, entretanto, inscreveu no orçamento municipal uma verba de 2,3 milhões de euros para modernizar as instalações da GNR, em Almancil, Quarteira, Loulé e Salir. 

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