O maior bairro social de Aveiro é cada vez mais parte da cidade

Em curso está já a obra de requalificação do jardim e parque do bairro, mas outras empreitadas se seguirão. Numa primeira fase, são cerca de 2,5 milhões de euros de investimento, que merecem o aplauso de quem faz de Santiago a sua casa

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Adriano Miranda
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A história das Florinhas do Vouga, instituição particular de solidariedade social (IPSS) aveirense, quase que se confunde com a história do maior bairro social de Aveiro, Santiago. “Começámos a ir para lá logo no início para acolher as pessoas e ajudá-las. Muitas pessoas traziam consigo muitas problemáticas associadas, que não passavam apenas pela falta de dinheiro”, recorda o padre João Gonçalves, presidente da instituição que cresceu com o bairro – antes de se “instalar” em Santiago, tinha apenas um pequeno jardim-de-infância e ATL. Hoje, ocupa sete habitações do bairro e oferece outras tantas respostas sociais – desde um centro de dia para idosos, um balneário público, um refeitório social, entre outros. Os seus dirigentes, profissionais e voluntários, conhecem Santiago como ninguém e, por isso mesmo, são dos primeiros a sentirem-se agradados com o plano de intervenções anunciado pela câmara municipal de Aveiro para aquele bairro.

Numa primeira fase, são 2,5 milhões de euros de investimento, em obras que avançam em várias frentes: uma delas passa pela requalificação das partes comuns e infra-estruturas em blocos de habitação nos quais o município detém mais de 90 por cento das suas fracções. O objectivo passa por melhorar as condições de habitabilidade, conforto térmico, acústico e condições de acessibilidade. “Estamos a falar de necessidades primárias, de dar condições mínimas às pessoas que lá vivem”, vinca Ribau Esteves, líder da autarquia aveirense.

No leque de obras a concretizar, a curto prazo, em Santiago consta, ainda, a qualificação de 55 apartamentos que são propriedade da autarquia (fogos a serem atribuídos depois, através de concurso público), bem como a pavimentação de um total de oito arruamentos do bairro. E já a avançar no terreno está a requalificação do parque e jardim urbano de Santiago, que estava largado ao abandono e apresentava um avançado estado de degradação. “Já foi feita uma obra com a EDP para a reabilitação da rede de iluminação pública daquele local e agora estamos a requalificar todo o jardim com vista a dar-lhe nova vida e dinâmica”, assegura o edil.

Um parque para toda a cidade

Depois de concluída a obra do parque e jardim, que representa um investimento na ordem dos 300 mil euros, a câmara municipal quer “ligar” este espaço aos parques da Baixa de Santo António, Infante D. Pedro e Parques dos Amores. A ideia passa por criar um conceito de “Parque da Cidade”, dinamizando actividades nestes quatro parques. “Não vai ser só o parque do bairro. Será também um parque da cidade”, afiança Ribau Esteves, a propósito do futuro daquela área de lazer.

No fundo, esta é a essência daquilo que a câmara quer fazer no bairro: a sua “integração plena na cidade”, reforça o edil – estas intervenções em Santiago surgem no âmbito do PEDUCA (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro). “Na génese, o bairro ficava ali no meio dos campos. Depois, com o crescimento da Universidade de Aveiro e da própria cidade, Santiago passou a ser parte da cidade”, ilustra.

A edificação do maior bairro social do município aveirense teve início em 1983, para dar resposta a um conjunto de necessidades habitacionais, essencialmente por causa do surto migratório do campo e do interior para a cidade e litoral. Em 1987, administração central e local assinam um acordo para a construçao de um novo conjunto habitacional, de maior densidade – 34 edifícios multifamiliares (28 com quatro pisos e seis com oito pisos). No total, o Bairro de Santiago conta, segundo dados da autarquia, com 1.000 fogos e 50 fracções não habitacionais. Mas a verdade é que, segundo lamenta Ribau Esteves, este complexo habitacional nunca foi alvo de obras de qualificação. “A câmara municipal abandonou o bairro de Santiago”, lamenta, ao mesmo tempo que especifica que, as obras que estão agora a avançar no terreno, “não precisariam de ser tão grandes se a autarquia tivesse feito uma manutenção”.

Um bairro arrumado, uma casa arrumada

Para o padre João Gonçalves não restam dúvidas de que as intervenções projectadas ou já em curso vão ter repercussões positivas na vida das pessoas que lá vivem. “Ter um bairro arrumado leva-nos a querer ter uma casa arrumada”, exemplifica o presidente das Florinhas do Vouga.

Do conjunto de intervenções anunciadas pela autarquia constam, também, “acções que procuram estimular o desenvolvimento de comportamentos correctos no que se refere à apropriação do espaço habitacional e à construção de relações de vizinhança saudáveis”.  “É um trabalho que já estamos a fazer através das nossas equipas de Acção Social e da Educação e que iremos continuar”, assegura o presidente da câmara.

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