Museu da Quinta de Santiago há duas décadas a narrar o património artístico de Matosinhos

Está patente até domingo uma exposição que reúne uma série de documentos relacionados com a história do edifício, que completa 120 anos. A exposição conta ainda com algumas pinturas do acervo da câmara.

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A Quinta de Santiago, projectada pelo arquitecto veneziano Nicola Bigaglia, completa 120 anos Adriano Miranda

Há 120 anos, João Santiago de Carvalho, um fidalgo nascido no Porto, com raízes em Guimarães, escolheu a zona costeira de Leça da Palmeira para edificar um palacete para passar férias com a sua esposa Dona Maria Carolina, filha de um grande industrial têxtil de Cedofeita. A Quinta de Santiago, projectada pelo arquitecto veneziano Nicola Bigaglia, acabou por se tornar na residência oficial do casal até à morte do marido, na primeira metade do século XX. Por altura da reconversão do Porto de Leixões, os terrenos da quinta foram expropriados, tendo passado para a posse da APDL. Na década de 1960 a Câmara de Matosinhos comprou os terrenos e em 1996 reconverteu o imóvel em museu.

O museu foi criado com o objectivo de expor as obras que a Câmara tem vindo a coleccionar desde os anos 50 do século passado. Até 1996 não tinha um espaço fixo onde as exibir e por isso criou uma exposição permanente dedicada a  António Carneiro, Agostinho Salgado e Augusto Gomes - três artistas com uma relação estreita com Matosinhos. Essa exposição ficou permanente até 2007, altura em que a programação foi renovada.

Cláudia Almeida, coordenadora do museu, entende que essa renovação foi fulcral para que se voltasse a captar a atenção do público que, entre 2002 e 2005, foi decrescendo. A coordenadora diz que a colecção da Câmara não estava a ser devidamente explorada e, por isso, optou-se “por uma lógica de rotatividade das exposições”, o que considera ter levado também a “uma rotatividade de público”. Desde 2007, altura em que a casa passou por um processo de requalificação, o número de visitas aumentou e estabilizou em cerca de 12 mil visitantes anuais, número que Cláudia Almeida considera “adequado”, tendo em conta a própria dimensão do espaço.

Ainda que durante todo o ano exista uma programação que passa por actividades diversas, complementares às exposições, o foco do museu é reunir e mostrar obras de artistas que de alguma forma tenham uma ligação a Matosinhos. Para o vereador da Cultura, Fernando Rocha, “o museu é uma peça fundamental não só pelo que representa ao nível da valorização do património, mas também por permitir manter vivo um conjunto de histórias da cidade, que são narradas de uma forma diferente”.

A exposição “20 Anos do Museu” está patente até domingo. A 13 de Junho inaugura uma exposição  conjunta com a Casa Museu Marta Ortigão Sampaio, no Porto, em comemoração do nascimento da pintora Aurélia de Sousa.

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