Movimento volta a combater carrinhos no Mondego e lixo no chão durante a Latada

É a sétima vez que o movimento “Não Lixes…” propõe soluções. No cortejo de 2015 foram recolhidos 1046 carrinhos de compras.

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O movimento “Não Lixes…” parte para o quarto ano a combater a poluição nas festas académicas. Na sétima edição o movimento continua a fazer campanha pela redução da presença de carrinhos de compras no cortejo da Festa das Latas, em Coimbra, bem como pela diminuição do lixo no chão durante as festividades que este ano decorrem entre 12 e 16 de Outubro.

Com o lema “Eu escolhi…. Não lixar a minha Latada”, o dinamizador da iniciativa, Fernando Jorge Paiva, considera que a adopção de um kit pode ajudar a atingir estes objectivos. Do kit fazem parte objectos como uma caneca para evitar a utilização de copos de plástico descartáveis e uma mochila que, durante o cortejo, substitua o carrinho de compras.

Reconhecendo que em anos anteriores o movimento “não conseguiu fazer passar a mensagem na totalidade” (sinal disso é o aumento de lixo recolhido no final do cortejo da Queima das Fitas de 2016), este ano a campanha espalhou-se às redes sociais e criou a hashtag #kitlatada para chegar à população estudantil.

Entre 2013 e 2016 foram recolhidos cerca de 5 mil carrinhos de compras por este movimento, sendo que 1046 foi o número recolhido no Largo da Portagem no final do cortejo da Latada de 2015. Na conferência de imprensa da iniciativa, Fernando Jorge Paiva contou que a recolha é feita por cerca de 10 pessoas em cada cortejo, sendo composto na maioria por seguranças das superfícies comerciais a quem os carros foram furtados e por agentes da PSP. Este ano, o repto foi também lançado aos estudantes.

Apesar de a iniciativa do movimento “Não Lixes…” em festas académicas ir para a sétima edição, nem todos os indicadores são animadores. E faz as contas aos números “assustadores”: “103 carros alegóricos. Cada carro leva 4 mil latas de cerveja. Estamos a falar de 400 mil latas de cerveja que vão parar ao chão” no cortejo da queima. “O que se vê é que os números estão a piorar em vez de melhorar”, lamenta. No entanto, aponta para o facto de, no cortejo da Queima das Fitas de 2016, ter apenas sido recolhido um carrinho de compras, quando em anos anteriores este número se tinha aproximado da centena.

O dinamizador defende no entanto que, se “uma das medidas” que o grupo propõe fosse adoptada, como a adopção da caneca reutilizável por oposição ao copo de plástico descartável e o não furto de carrinhos, o impacto já seria significativo. No entanto, ou é consciência ecológica de cada um ou têm que ser as associações de estudantes a fomentar essas práticas, entende.

Fernando Jorge Paiva lembra que, como as associações de estudantes estão “sempre a pregar a aproximação [das festividades] à cidade”, algumas das medidas propostas pelo movimento poderiam servir esse propósito.

Ao nível de evolução de comportamentos por parte dos estudantes, o activista já nota o surgimento “praxes alternativas”. Partindo desse ponto, o objectivo é dar força à ideia de “cortejos alternativos”, em que os estudantes “se possam divertir” mas não “surjam números como 90 mil copos de plástico” utilizados numa noite.

Se mais contentores e melhor localização pode contribuir a diminuição dos resíduos no chão nas áreas que circundam o recinto da Festa das Latas, a instalação de casas de banho portáteis em zonas estratégicas ajudam também a melhorar aquele espaço, defende. 

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