Moradores alertaram construtor para grandes fissuras no dia da derrocada em Guimarães

Desde o início da manhã de terça-feira que começaram a ser visíveis os abatimentos no terreno que cortou a circular urbana ao final da tarde e deixou as casas com os alicerces à vista.

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Moradora fotografou e enviou imagem ao construtor ao início da tarde DR
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Às 18h06 a derrocada deixou as casas com os alicerces à vista Nelson Garrido
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As terras deslizaram na direcção da circular de Guimarães, que ficou intransitável Nelson Garrido

Os moradores das casa afectadas pela derrocada que cortou a circular de Guimarães ao final da tarde de terça-feira tinham alertado o construtor, nessa manhã, para os movimentos de terras que abriram grandes fissuras na estrada e talude das traseiras das moradias.

Desde o início da manhã desse dia que começaram a ser visíveis abatimentos, que foram criando várias crateras no local. Uma das proprietárias fotografou mesmo o estado do terreno, tendo enviado as imagens ao construtor a pedir uma intervenção urgente.

A imagem foi feita cerca das 13h, quando já eram visíveis vários aluimentos nas traseiras das casas. O piso do acesso às garagens e algumas infra-estruturas como candeeiros e caixas de águas pluviais começaram a ceder. Uma das moradoras do loteamento contactou o empreiteiro assim que se apercebeu das fissuras, contou à GMRtv (Guimarães TV). Face à relutância do responsável pela construção dos edifícios em deslocar-se ao local, tirou algumas fotografias que lhe terá enviado para documentar o alerta.

Os habitantes do loteamento conseguiram convencer o construtor, da empresa Manuel e Fernando Moreira, a ir ao local. Face à situação, o empresário concordou em fazer deslocar uma retroescavadora para tentar resolver o problema. A máquina estaria a operar no momento do aluimento, que aconteceu às 18h06, como tinham contado na terça-feira várias testemunhas e é visível num vídeo da derrocada, que foi colocado online por um automobilista que passava na circular urbana que liga Guimarães a Fafe.

A imagem registada cinco horas antes do movimento de terras dá conta dos antecedentes de um acidente para o qual ainda não existem explicações oficiais. Ao longo dos últimos dias, o PÚBLICO tem tentado contactar algum dos responsáveis da empresa Manuel e Fernando Moreira, responsável pela construção das casas que agora estão em risco de ruína. No dia do acidente, um dos sócios da empresa sediada em Fafe negou problemas na implantação do loteamento. Na tarde desta quinta-feira, alguém da empresa atendeu o telefone ao PÚBLICO, mas despediu-se e desligou assim que ouviu a primeira pergunta.

A construção das casas "decorreu com normalidade e sem problemas quanto a terras", afirmou à Lusa no dia seguinte à derrocada, afirmando que a obra "estava legal" e "com todas as licenças". O empresário diz ter estado no local "antes da derrocada e que não estava em causa a terra das obras, mas antes a que estava embaixo do local". “Apenas o chão das garagens cedeu e as paredes dos prédios devem estar intactas", notou.
 
 
 

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