Ministério diz estar a assegurar "habitabilidade" da Escola Alexandre Herculano

Director da escola do Porto assegura que obras consideradas urgentes há cerca de um mês ainda não avançaram.

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A escola foi encerrada temporariamente a 26 de Janeiro, depois de uma forte chuvada Nelson Garrido

O Ministério da Educação garantiu esta sexta-feira estar a acompanhar o estado de conservação da Escola Alexandre Herculano, no Porto, de forma a assegurar a sua habitabilidade até ao início das obras de "requalificação integral". "O Ministério da Educação está a acompanhar de forma regular e sistematizada o estado de conservação do edifício. Nesse âmbito, serão efectuadas todas as intervenções de manutenção e reparação que se revelem necessárias para evitar a deterioração das condições de habitabilidade dos edifícios escolares, até ao início das obras de requalificação integral", refere a tutela numa nota escrita enviada à Lusa.

Relativamente às obras efectuadas após o encerramento por alguns dias daquela escola secundária, a 26 de Janeiro, por falta de condições, o Ministério da Educação diz terem sido "executadas, de imediato, as intervenções necessárias para assegurar a segurança de pessoas e bens e garantir as condições para o funcionamento das turmas" que ali permaneceram. Contudo, ouvido pela Lusa, o director da escola afirma que as "pequenas intervenções" mais urgentes do edifício ainda irão arrancar "a muito breve trecho".

Projectada pelo arquitecto Marques da Silva (1869-1947), autor da estação ferroviária de São Bento e da Casa de Serralves, e classificada como imóvel de interesse público, a Escola Secundária Alexandre Herculano acabou por reabrir alguns dias depois do encerramento abrupto, mas os alunos do 7.º e 8.º anos foram transferidos para a Escola Ramalho Ortigão, situada a um quilómetro de distância.

"Os pedidos de orçamento levam o seu tempo e, como se trata de contratos públicos, tivemos dificuldades em arranjar as propostas que eram exigidas para algumas das intervenções. Mas neste momento o processo já está no Ministério da Educação e ainda ontem [quinta-feira] estiveram cá elementos da direcção dos serviços [do ministério] da Região Norte", afirmou à Lusa o director da escola, Manuel Lima.

Assegurando que "a escola está, dentro das condições possíveis, a funcionar dentro da normalidade" e que "nada está estagnado, mas há aspectos que levam tempo", Manuel Lima adiantou que "a questão [da substituição] dos vidros agora é muito rápida" e que "o resto, como tapar algumas partes dos tectos, será para iniciar a muito breve trecho". "Isto relativamente às pequenas intervenções; agora, relativamente à obra de fundo, não temos nenhum tipo de informação", disse.

Contactado também esta sexta-feira pela Lusa, o presidente do Sindicato da Construção de Portugal criticou, contudo, o estado em que se encontra a Alexandre Herculano, alertando que, "se vier ainda um Inverno um bocado forte pode haver o abatimento do telhado, que se vê da rua que não tem estrutura para aguentar um Inverno agreste".

"A dita intervenção anunciada pelo senhor ministro da Educação nem com uma lupa se consegue ver. A única coisa que fizeram foi interditar com cordas os locais onde estavam os alunos que foram para a Escola Ramalho Ortigão. Depois limparam umas caleirazitas e nada mais foi feito ali", sustentou Albano Ribeiro.

Segundo o sindicato, "continua a chover, continua a haver buracos e continua a haver plásticos nas janelas, que continuam todas velhas, com vidros partidos e a deixar entrar o frio", de tal forma que "os alunos têm que levar um blusão e os professores estão a ensinar de sobretudo".

Neste contexto, o presidente do sindicato diz ter pedido uma audiência ao Presidente da República, por quem pretende ser recebido, juntamente com uma delegação de alunos da Escola Alexandre Herculano. "Pensamos que ele será sensível, porque, se não, terá que se fazer mesmo uma concentração frente ao Ministério da Educação com trabalhadores da construção, com alunos e com trabalhadores da função pública", disse. 

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