Metro e câmara acertam obras no estacionamento de Vila do Conde

As duas entidades deverão partilhar os custos do interface que nunca chegou a ser construído desde a inauguração da linha em 2006. A ausência de um parque tem originado muitas queixas.

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Os que não encontram estacionamento nas zonas residenciais em volta acabam a parar o carro num terreno esburacado em terra ADRIANO MIRANDA

A Metro do Porto e a Câmara de Vila do Conde vão acertar agulhas para a repartição de custos com a construção de um interface na principal estação da cidade.  A linha B (Vermelha) está a cinco dias de completar 11 anos de serviço mas, em todo este tempo, os clientes que não encontram estacionamento nas zonas residenciais em volta acabam a parar o carro num terreno esburacado em terra, ou na lamaçal em que este se transforma, no Inverno.

Na entrevista que na semana passada concedeu ao PÚBLICO, o presidente da Metro do Porto admitiu que as duas entidades vão reunir-se, para definir como vão ser repartidas as responsabilidades no financiamento de uma obra que, aquando da execução da rede de metropolitano, deveria ter sido realizada pela empresa.   Ele “não foi feito porque era muito ambicioso, e envolvia uma expropriação complexa, que nunca foi levada a bom porto. O projecto teve de ser adiado por essa razão”, explicou Jorge Moreno Delgado.

Passado todo este tempo, a Metro já não tem a mesma capacidade de investimento e, assume o presidente do conselho de administração, para além de uma necessária repartição de custos, “o que há a fazer é revisitar esse projecto e tentar encontrar uma solução acomodável no espaço livre disponível”, no terreno a nascente da estação. A obra está prevista no orçamento deste ano da empresa que, enquanto o projecto final não avança, pretende realizar “uma intervenção primária, para evitar aquelas poças”.

A ausência de um parque de estacionamento na principal estação de Vila do Conde coloca dificuldades a moradores e comerciantes das ruas em volta. Em Setembro do ano passado, numa iniciativa da Área Metropolitana em torno da Semana Europeia da Mobilidade, o vereador António Caetano, da Câmara de Vila do Conde, explicava que eram muitas as queixas dos habitantes das redondezas, que viam quase todo o estacionamento disponível ocupado durante boa parte do dia. Muitos dos utilizadores da Linha B, e desta estação, estudam ou trabalham no Porto e acabam por deixar o carro na estação durante muitas horas.   

A concretizar-se a sua construção, o interface de Vila do Conde será o segundo investimento na Linha B, onde a Metro do Porto vai abrir, este Verão, uma nova estação junto ao The Style Outlet, em Modivas. A obra foi entregue na semana passada à construtora que ficara em segundo lugar no concurso, depois de a vencedora, a Soares da Costa, não ter apresentado a documentação necessária para a adjudicação.  Só com esta nova estação, cujo investimento de 1,2 milhões de euros é repartido com a dona da zona comercial, a empresa espera conseguir mais um milhão de validações por ano.

Todos os anos há um milhão de euros retidos nos cartões Andante

A entidade que gere o sistema intermodal Andante, a TIP, assume que a introdução de um prazo de validade nos novos cartões em papel, usados para viagens ocasionais, vai permitir à empresa utilizar cerca de um milhão de euros que, em média, ficavam retidos, anualmente, nos cartões que estão agora a ser trocados. Como estes não tinham validade, a receita das viagens compradas não podia, até aqui, ser distribuida no fecho de contas anual pelos operadores (STCP, Metro, CP ou transportadoras rodoviárias privadas), explicou ao PÚBLICO o presidente da Metro do Porto, Jorge Moreno Delgado, que preside, neste momento à TIP - Transportes Intermodais do Porto. A aquisição de novos cartões a cada ano representará um custo acrescido para os clientes, mas o administrador espera que os projectos de desmaterialização da bilhética, que levarão o Andante para o telemóvel, acabem por beneficiar os utilizadores.

Entretanto, a  Área Metropolitana do Porto, a CP e o TIP anunciaram nesta segunda-feira que, a partir do próximo dia 20 de Março, o Andante será válido nos comboios urbanos do Porto até à Trofa. Este alargamento integra as estações da Trofa, Portela, S. Romão do Coronado, S. Frutuoso, Leandro e Travagem.

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