Manteigas instala Centro de Energia Viva de Montanha numa antiga fábrica de lanifícios

O projecto está instalado junto ao Rio Zêzere e concentra várias fontes de energias renováveis. O objectivo é transformar a vila de Manteigas numa "Smart City".

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PAULO RICCA

Uma antiga fábrica de lanifícios da vila de Manteigas, na Serra da Estrela, está a ser adaptada a Centro de Energia Viva de Montanha, que deve começar a funcionar no início de 2017, foi hoje anunciado.


O presidente da autarquia de Manteigas, José Manuel Biscaia, disse à agência Lusa que o projecto, iniciado em 2008, com recurso a verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), deverá estar a "funcionar em pleno no início do próximo ano".


O Centro de Energia Viva de Montanha, instalado na antiga Fábrica do Rio, junto do rio Zêzere, representa um investimento global de 2,5 milhões de euros e combina várias fontes de energias renováveis.


O edifício está equipado com torres de demonstração de produção de energia eólica, equipamentos demonstrativos do processo de produção de energia solar e uma caldeira de aquecimento a 'pellets' transparente. No mesmo espaço também já se encontra a funcionar uma mini-hídrica, que está a produzir energia eléctrica. "Será um Centro de Ciência Viva" e promoverá a criação de empresas, referiu José Manuel Biscaia.

O Município de Manteigas, a Universidade da Beira Interior (UBI) e a ENERAREA - Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior celebraram hoje um protocolo de cooperação para o desenvolvimento e promoção do projecto que será um contributo para que aquela vila da Serra da Estrela, no distrito da Guarda, também seja auto-sustentável em termos energéticos e potenciada como "Smart City".


O acordo contempla a elaboração do conceito global do Centro de Energia Viva de Montanha, a colaboração para fixação de empresas no território de Manteigas, a dinamização de projectos de investigação, conhecimento e empreendedorismo e de criação de um observatório supra-regional de ambiente, entre outras valências.


Para o reitor da UBI, António Fidalgo, a iniciativa "tem todos os ingredientes para ser um projecto de sucesso", admitindo que possa contribuir para inverter a demografia e fixar "gente nova" naquele município da Serra da Estrela.


Na mesma cerimónia, a professora da UBI, Kelly O'Hara, presidente do Departamento de Ciências de Desporto, apresentou o projecto "Serra da Estrela - Energia Viva", que será dinamizado naquele complexo, dirigido a crianças e jovens, famílias e idosos.


A ideia é "proporcionar aos visitantes uma montanha de experiências" a três níveis: nível micro (salas temáticas de hidrologia, biologia, climatologia, etc.), meso (proporcionar aventuras, por exemplo atravessar o rio ou fazer um abrigo) e macro (experiências orientadas em contexto real de montanha).


"O centro não é para ser estanque, é para ser vivido, é para dar experiência, partilhar com as pessoas a aventura", disse.

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