Carnaval de Torres Vedras recebe o maior investimento dos últimos seis anos

O Carnaval de Torres, que em 2015 teve 350 mil visitantes em quatro dias, mantém os habituais corsos diurnos e nocturno.

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Com o tema "Figuras e Figurões", a organização assegurou novos carros para os reis e novos cabeçudos para esta edição Nelson Garrido

O Carnaval de Torres Vedras conta, entre 5 e 10 de Fevereiro, com o maior orçamento dos últimos seis anos e inaugura no sábado o monumento que inicia as festividades, alusivas este ano ao tema "figuras e figurões".

António Esteveira, presidente da empresa municipal Promotorres, responsável pela organização do evento, disse à agência Lusa que se prevê para este ano um orçamento de 600 mil euros, o maior dos últimos seis anos e equiparável ao de 2009.

"Aumentámos o investimento porque quatro dos 12 cabeçudos [enormes bonecos que dançam ao som dos bombos] vão ser novos, assim como encomendámos novos carros para os reis e para o Tocandar - grupo que anima o corso semelhante ao Trio Eléctrico no Carnaval brasileiro - por razões de segurança e porque os anteriores já tinham seis e mais de dez anos, respectivamente", justificou.

Com 32 metros de altura, o monumento que marca o início dos festejos é inaugurado no sábado, no centro da cidade, numa festa que junta centenas de mascarados e os tradicionais cabeçudos, acompanhados pelo som dos bombos.

Aludindo ao tema, retrata a gala "Figurinhas de Oiro", onde são eleitas as maiores figuras do ano, motivo pelo qual ‘marcam presença’ o ex-primeiro-ministro José Sócrates, o futebolista Cristiano Ronaldo, o presidente e treinador do Sporting, Bruno de Carvalho e Jorge Jesus, o Presidente da República, Cavaco Silva, e figuras do "jet set falido".

Na passadeira vermelha desfilam de braços dados o ex-primeiro-ministro e ex-vice-primeiro -ministro Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro francês, François Hollande e o Presidente da República francês, Nicolas Sarkozy, enquanto o ex-presidente da Câmara de Torres Vedras e actual secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, assiste no camarote ao lado do primeiro-ministro António Costa.

O Carnaval de Torres, que em 2015 teve 350 mil visitantes em quatro dias, mantém os habituais corsos diurnos e nocturnos, em que desfilam oito carros alegóricos, conhecidos pela sátira político-social, e milhares de foliões mascarados, muitos dos quais disfarçados de matrafonas (homens mascarados de mulheres), como é típico no concelho.

António Esteveira adiantou que, para o concurso de grupos de mascarados, estão até agora inscritos 2500 participantes, aos quais se juntam 8500 crianças do corso escolar - no primeiro dia do evento - e milhares de mascarados espontâneos.

Os corsos diurnos de domingo e de terça-feira e os nocturnos de sábado e segunda-feira são pagos, custando a entrada cinco euros. O livre-trânsito para todos os dias custa dez euros. Os preços não sobem desde 2008.

Depois dos corsos, a animação continua madrugada fora nos bares e em vários recintos ao ar livre da cidade.

A organização pretende avançar com uma candidatura a património imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) por considerar este o Carnaval "mais português de Portugal", intenção anunciada em 2014.

Para o efeito, o município está a ultimar o dossiê de candidatura primeiro a património imaterial nacional, para, caso seja validado, ser sujeito à UNESCO pelas entidades nacionais, numa candidatura liderada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pela comissão nacional da UNESCO.

Segundo um estudo económico, realizado nas últimas duas edições, durante os quatro dias o Carnaval gera receitas de dez milhões de euros na economia local, que aumenta as suas vendas em 30%.

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