Loulé rejeita a utilização do heliporto municipal para pesquisa petrolífera

Na história de 80 anos de pesquisa de hidrocarbonetos em Portugal, diz a Portfuel, nunca como agora os protestos públicos assumiram “tamanha dimensão” como está a suceder no Algarve.

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Vítor Aleixo recusa ver Loulé associada à actividade petrolífera RUi Gaudêncio

A câmara de Loulé recusou o pedido do consórcio Repsol/Partex para uso do heliporto municipal como base de apoio à prospecção e exploração de petróleo e gás, ao largo da costa algarvia. O presidente do município, Vítor Aleixo, reafirma que este tipo de indústria é lesiva dos interesses da região, sublinhando: “Loulé não quer ver-se associada a nenhuma forma de colaboração com aquela actividade [petrolífera]”. O consórcio pretendia utilizar a base operacional da Protecção Civil do Algarve para o estacionamento e operação de um helicóptero de evacuação médica e apoio a um navio da plataforma, estacionado ao largo da costa algarvia.

O autarca, socialista, argumenta que a tomada de posição do município está em linha com a deliberação tomada pelo Conselho Regional do Algarve, no passado dia 19 de Maio: “Total oposição à prospecção e exploração de gás e petróleo no Algarve, em terra e no mar”, enfatiza. No mesmo sentido, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (Amal) aprovou nesta segunda-feira um reforço orçamental de 8500 euros, na área jurídica, para fazer face aos custos das acções que pretende interpor para reverter os contratos.

Os trabalhos estão agendados para ter início, em duas frentes, uma em Julho, outra em Setembro. “Esta é, provavelmente, a primeira vez que, em 80 anos de história de prospecção destes recursos no nosso país, os protestos públicos assumem tamanha dimensão”, escreveu a Portfuel (do empresário Sousa Cintra) em carta enviada à Amal, prometendo que esta actividade pode vir a oferecer “empregos altamente qualificados e bem remunerados”, beneficiando ao mesmo tempo o tecido universitário e politécnico.

Os protestos, entretanto, continuam: o Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP) agendou para o próximo sábado, a partir das 16h, um “cordão humano” frente à câmara de Aljezur, denunciando que as actividades da empresa de Sousa Cintra, não obstante a rejeição pública, prosseguem “às escondidas” das populações.

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