Linha Azul do metro de Lisboa chega esta quarta-feira à Reboleira

"Era uma obra muito necessária e muito desejada", afirma a presidente da Câmara da Amadora, que acredita que este investimento de 60 milhões de euros vai beneficiar amadorenses e sintrenses.

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A expansão do metro entre a Amadora Este e a Reboleira exigiu um investimento de cerca de 60 milhões de euros e contou com um financiamento do Fundo de Coesão da União Europeia Nuno Ferreira Santos

Quase 12 anos depois de ter chegado à Amadora, o Metropolitano de Lisboa ganha esta quarta-feira mais um ponto de paragem no concelho. Promover uma ligação entre o metro e os comboios da linha de Sintra, “com boas condições de acesso e de transbordo para os passageiros”, é, segundo a Transportes de Lisboa, a grande mais-valia da estação da Reboleira.

No site da empresa, que recusou responder às perguntas do PÚBLICO sobre esta obra, diz-se que com a entrada em funcionamento da nova estação da Linha Azul “é criado um novo Interface Multimodal que reforça o sistema de transportes da Área Metropolitana de Lisboa, reunindo metro, autocarros, comboio, táxis, ciclovia e oferecendo ainda parqueamento de bicicletas e estacionamento automóvel”.

Já a presidente da Câmara da Amadora destaca, em declarações ao PÚBLICO, que este é um investimento com “um impacto muito relevante para o concelho”, mas também para o município vizinho de Sintra. “É absolutamente essencial para a mobilidade nesta zona”, resume Carla Tavares, para foi “uma dor de alma” ver esta obra arrastar-se durante tanto tempo.

A autarca socialista lembra que a nova estação vai nascer numa “zona muito consolidada, muito densa do ponto de vista populacional”, pelo que é de esperar que muitos “amadorenses” a vão usar para chegar à cidade de Lisboa e aos seus locais de trabalho. “Era uma obra muito necessária e muito desejada”, reforça, manifestando o desejo de que com ela seja possível conquistar novos utilizadores para o sistema de transportes públicos.      

Segundo as últimas informações, a expansão do metro entre a Amadora Este e a Reboleira exigiu um investimento de cerca de 60 milhões de euros e contou com um financiamento do Fundo de Coesão da União Europeia. Ao longo dos últimos anos a conclusão desta obra, que se chegou a dizer que estaria pronta em 2009, foi sendo sucessivamente adiada e os trabalhos chegaram a estar suspensos vários anos durante o Governo de Passos Coelho.

Esta quarta-feira a espera chega finalmente ao fim. Para as 10h está marcada a inauguração da estação da Reboleira, na qual estará presente o primeiro-ministro, e depois das 13h ela passará a estar aberta ao público. De acordo com a Transportes de Lisboa, a partir daí será possível chegar da Reboleira ao Marquês de Pombal em 19 minutos e da Reboleira à Baixa-Chiado em 24 minutos.

A previsão anteriormente divulgada aos jornalistas era que esta nova estação fosse utilizada por perto de 3,9 milhões de passageiros por ano. Mas no site da empresa a fasquia é mais alta, dizendo-se que “em ano cruzeiro” aquele número poderá subir para “cerca de sete milhões de passageiros/ano, permitindo uma redução de cerca de 3.000 toneladas de CO2 produzido anualmente”.

À boleia da extensão da Linha Azul do metro, a Câmara da Amadora promoveu a requalificação da Avenida D. Carlos I. “Reabilitámos toda a avenida”, explica a presidente da autarquia, apontando entre as melhorias introduzidas a criação de zonas de estacionamento, o reforço da iluminação pública, a colocação de bancos e de aparelhos de exercício físico e o prolongamento de uma pista de caminhada que vem desde a Damaia. No local foi realizado um investimento de cerca de 600 mil euros.

Abandonado por “questões de financiamento” foi, “pelo menos no imediato”, o projecto que o município tinha de criar um metro ligeiro de superfície. A ideia era que este meio de transporte, orçado em oito milhões de euros, ligasse o centro comercial Dolce Vita Tejo ao interface de transportes da Reboleira.   

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