PJ investiga incêndio no Palácio Fonte da Pipa, em Loulé

O incêndio começou por volta das seis horas da madrugada. A propriedade pertence a um Fundo Imobiliário e tem sido alvo de uma proposta urbanística mas o Plano Director Municipal (PDM) impede-a.

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Mário Lino
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Uma equipa de investigadores da Policia Judiciária de Faro encontra-se no Palácio da Fonte da Pipa, à saída de Loulé em direcção a Faro, para recolher elementos que possam ajudar a desvendar a origem do fogo que deflagrou esta madrugada neste edifício do final do século XIX. As quatro corporações de bombeiros que se encontram no local – Loulé, Faro, Albufeira e São Brás de Alportel – iniciaram os trabalhos de rescaldo, desconhecendo-se ainda quando terminará a operação.

O comando dos Bombeiros Municipais de Loulé, Irlandino Santos, declarou ao PUBLICO que o alerta foi comunicado às 6h10. “Quando aqui chegámos, já tinha desabado a ala sul do tecto [1º andar] e, o fogo deveria rer começado algum tempo antes”, adiantou. O edifício, mandado construir por Marçal Pacheco, sobrinho do antigo ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, pertence actualmente a um Fundo Imobiliário. Na câmara municipal de Loulé, ao longo de sucessivos executivos, têm sido apresentados vários projectos imobiliários para ocupar a propriedade, que tem 28 hectares. O Plano Director Municipal (PDM), até ao momento, não tem permitido urbanizar o espaço como pretendem os proprietários, que serão estrangeiros.

A origem do fogo, segundo apurou o PÚBLICO junto de fonte dos bombeiros, terá começado no tecto, construído em madeira. O palácio, com tectos e soalhos em madeira, ficou parcialmente destruído. A estrutura do edifício, após o incêndio, ficou ainda mais periclicante. No interior deste prédio desocupado há vários anos existiam alguns frescos e outras obras de arte. Durante a realização do programa turístico Allgarve (2010) chegou ali a ter lugar uma exposição de José Guimarães com o objectivo de chamar a atenção para p espaço, que já então apresentava sinais de degradação.

Os bombeiros, disse o comandante Irlandino Santos, tiveram alguma dificuldade em entrar na propriedade uma vez que a entrada da quinta encontrava-se com o acesso bloqueado com três penedos. O acesso das viaturas só foi possível depois de ter sido retirado um dos penedos com o recurso a um guincho de um camião. Apesar de se tratar de uma operação delicada, dada a debilidade do prédio, o comandante dos Bombeiros de Loulé disse que o fogo foi dado como controlado às 8h46. Porém, houve necessidade de prolongar os trabalhos de rescaldo por mais algumas horas, envolvendo nesse trabalho 27 bombeiros.  

 

 

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