Galeria Municipal do Porto vai ter um novo rosto a partir do dia 15

Exposição que inaugura a programação de 2016 debruça-se sobre a arquitectura portuguesa nos anos da crise económica

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Fernando Veludo

A Galeria Municipal do Porto, instalada na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, vai passar a ter uma imagem própria, com o objectivo de a tornar uma identidade mais autónoma junto do público. A imagem gráfica que será apresentada no próximo dia 15 de Fevereiro, ao mesmo tempo que a programação da galeria para este ano, faz parte da estratégia da Câmara do Porto de fazer deste espaço uma das apostas do pelouro da Cultura.

Não será um produto desenvolvido pelo gabinete do designer Eduardo Aires, que idealizou a imagem Porto., mas um conceito próprio, capaz de desligar a galeria da biblioteca, e dando-lhe a singularidade que a autarquia tem tentado implementar, neste mandato, com uma programação cada vez mais intensa. A fim de afirmar essa singularidade, a galeria vai também perder o nome "Almeida Garrett", que partilhava, até agora, com a biblioteca.

Depois de, em 2014, ter recebido a importante exposição You love me, You love me not, da Fundação Sindika Dokolo, a Galeria Municipal do Porto recebe, em 2016, duas outras exposições internacionais, mas a primeira a inaugurar a nova vida da galeria é integralmente produzida no país. Habitar Portugal 12-14 abre a 18 de Fevereiro e mantém-se pelo Porto até 25 de Abril, revelando um conjunto de obras realizadas durante três dos anos em que o país esteve sob a alçada da troika. Comissariada a nível nacional por Luís Tavares Pereira a norte por Magda Seifert e a sul por Bruno Baldaia, a exposição é organizada pela Ordem dos Arquitectos e conta com a colaboração da Câmara do Porto. Na galeria estarão expostas 70 obras construídas em todo o território nacional, incluindo as ilhas, e 10 obras criadas por arquitectos portugueses no estrangeiro.

Com fotografias e informação descritiva sobre cada um dos projectos, a exposição vai mostrar obras tão diversas como a intervenção no Convento dos Capuchos, em Sintra, ou a reabilitação do Bairro do Lagarteiro, no Porto. O quartel dos bombeiros de Santo Tirso, de Álvaro Siza ou o Aquário dos Bacalhaus do Museu Marítimo de Ílhavo são mais alguns dos trabalhos desenvolvidos durante a forte crise económica e que serão agora mostrados no Porto, seguindo depois para outras zonas do país. Do que os arquitectos portugueses fizeram lá fora, os responsáveis por Habitar Portugal 12-14 seleccionaram obras como o estúdio de televisão 03, em Abu Dabhi, nos Emirados Árabes Unidos (Site Specific.+ P06 atelier [design]) ou o Cais do Niangou, no Tibete (EMBAIXADA + Standardarchitecture).

A nova vida da galeria municipal insere-se numa intervenção mais vasta que a Câmara do Porto já pôs em curso e que irá incluir, também, intervenções em quatro museus municipais – Museu Romântico, Casa-Museu Guerra Junqueiro, Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio e Museu do Vinho do Porto – e também os Caminhos do Romântico, que deverá receber um pólo interpretativo. A intervenção nos quatro museus e nos caminhos ronda um milhão de euros.

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