Gaia investe 300 milhões de euros para dar nova dinâmica ao centro histórico

Autarquia quer deixar de ser a margem secundária.

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A autarquia quer dar uma nova vida à cidade Martin Henrik/Arquivo

A Câmara de Vila Nova de Gaia anunciou nesta terça-feira um investimento de 300 milhões de euros no centro histórico, que quer deixar de ser só a ‘rive gauche’ (margem esquerda) do Porto e ter uma “dinâmica catalisadora da região”.

O Quadro de Investimento inteligente 2016-2018 de Gaia representa 220 milhões de euros de investimento privado, alavancados por 100 milhões de euros de verbas públicas que permitirão gerar cerca de três mil postos de trabalho.

Do lado privado estão previstos investimentos de valorização da dinâmica do centro histórico de Gaia ligados ao vinho do Porto e ao turismo, como uma residencial para estudantes universitários, cinco hotéis de cinco estrelas e três de quatro estrelas, além de dez novos projectos de alojamento turístico e restaurantes.

A par disso, a autarquia quer criar uma “movida do centro histórico”, dando-lhe “vida para além do normal, com instalação de industrias criativas e projectos culturais e de lazer”.

Uma vez que o centro histórico é zona marcada pelo Vinho do Porto, a câmara quer criar um projecto “cidade do vinho”, revelando estarem já a decorrer “reconstruções de unidades produtivas”.

No quadro de investimentos do centro histórico de Gaia estão também contemplados a reabilitação de espaços emblemáticos, como o mercado da Beira-Rio, o Jardim do Morro e a Quinta das Devesas, com estes dois últimos a fazerem parte de um projecto de corredor verde a ser implementado.

Ao nível da mobilidade estão previstas a construção de escadas rolantes no centro histórico, a reorganização do trânsito e o transporte fluvial entre as ribeiras de Porto e Vila Nova de Gaia pelas ‘Rabelas’ promovidas pela The Fladgate Partnership.

Os 300 milhões de euros representam, assim, “um investimento que combina uma articulação entre privado e público, sendo o público indutor de captação de riqueza”, assinalou Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da câmara que entrará com 100 milhões de euros de fundos comunitários e orçamento municipal para projectos destinados à coesão social, reabilitação, competitividade e valorização ambiental.

A finalidade é fazer com que um cidadão que visite Vila Nova de Gaia tenha “uma boa razão” para regressar, preservando, paralelamente, as “populações autóctones e criando estratégias que permitam captar novos habitantes”.

“Em Vila Nova de Gaia estamos a fazer um esforço muito inspirado no seu trabalho. De combater a desesperança, mostrar que o país tem futuro e articular em rede um conjunto de energias que existem aqui e que precisam de um estímulo”, disse o autarca, dirigindo-se ao primeiro-ministro, presente na sessão, acrescentando que a cidade “não é só a ‘rive gauche’ [margem esquerda] do Porto, mas tem uma dinâmica por si só catalisadora da região”.

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