O presidente da Câmara de Gaia espera que no próximo Verão os primeiros 3,5 hectares do futuro parque urbano de São Paio já possam ser usufruidos pelos gaienses. Essa parcela do espaço que no total tem cerca de dez hectares, e que se situa junto à reserva do Estuário do Douro deve começar a ser modelada em Maio do próximo ano, se não houver atrasos com o concurso público que o município pretende lançar já em janeiro.

A Câmara de Gaia ratifica esta segunda-feira a aprovação do projecto de execução da primeira fase do parque desenhado pelo paisagista Sidónio Pardal. O  autarca Eduardo Vítor Rodrigues já tinha despachado esta decisão, para que o município conseguisse entregar, até ao final de Outubro, a candidatura deste empreendimento a fundos comunitários. No máximo, nesta primeira fase para a qual estão orçamentados no trabalhos no valor de 930 mil euros acrescidos de IVA, o novo parque no vale de São Paio, na foz do Douro, pode vir a ser co-financiado em 85%.

O socialista acredita que, pela importância do projecto, este deve ser bem acolhido pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos). Certo é que, depois do trabalho de recuperação da saúde financeira do município, Eduardo Vítor Rodrigues admite avançar com a obra ainda antes da aprovação do financiamento europeu.

Nesta primeira fase, o projecto implica a modulação de terrenos, instalação de muros de suporte em pedra, criação de charcas, plantação de árvores e sementeira de coberturas, criação de caminhos e respectiva iluminação e a criação, no seu limite com a zona urbanizada, junto à Avenida Agustina de Bessa Luís, de um parque de estacionamento com lugar para dois autocarros e 27 automóveis, que servirá também a reserva do Estuário do Douro.

Sendo, ao contrário desta última, um espaço que convidará à presença de mais pessoas, o projecto do Parque de São Paio, nos desenhos de Sidónio Pardal, vai de encontro às premissas que o paisagista apontara ao PÚBLICO, em Junho passado. Nessa altura, o autor, entre outros, do Parque da Cidade do Porto, garantiu que, do ponto de vista da relação com a reserva contígua, o parque acabará por ter mais nichos, terrestres e aquáticos, para a fauna existente, acreditando que esta acabará por partilhar os dois espaços. Ao mesmo tempo que, argumenta, cumprirá a sua função de ser um espaço aprazível, sossegado, onde, uma ou outra vez, excepcionalmente, admite, podem ser organizados eventos com mais gente, de forma "controlada".

Eduardo Vítor Rodrigues não tem, para já, um prazo definido para a conclusão de todo o projecto, que deverá custar algo como três milhões de euros e abarcará cerca de dez hectares, prolongando-se para sul da área que vai ser agora intervencionada. O autarca admitiu que, tal como na cidade vizinha, os trabalhos poderão decorrer ao longo de anos, sob a batuta de Sidónio Pardal, com o qual estão a ser negociados os detalhes do projecto final.